Quase 2.500 anos depois, as escolas filosóficas que floresceram na Grécia Antiga estão de volta, reinterpretadas, influenciando pensadores e fazendo novos seguidores em todo o mundo.
Mas por que reinterpretadas? Porque, com o passar dos séculos, todas sofreram deformações que mudaram muito o sentido de seus conceitos. O cinismo, por exemplo, não tem nada de cínico ou vigarista: deve seu nome à praça de Cynosarge, em Atenas, onde se reuniam os adeptos da escola, na falta de um lugar construído para esse fim.
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E por que estão reaparecendo filosofias tão antigas? Uma resposta, simples e direta, é que o mundo ocidental cansou das filosofias modernas. É tudo muito complicado, muito difícil, polêmico, contraditório, compreensível somente por iniciados e, mesmo para eles, em boa parte ininteligível.
Quando vislumbram caminhos no meio do matagal, elas acabam levando a becos sem saída. E não dão tréguas à dor: são pessimistas, quase sempre niilistas e atormentadas pela falta de sentido da vida e da morte.
Não há nada disso em nenhum dos grandes autores das velhas filosofias. Epicuro, Diógenes, Zenon de Chipre, Pirro, Sêneca, Marco Aurélio (sim, o imperador romano), Epiteto e outros tinham em comum a clareza e a simplicidade de suas ideias, nem por isso ralas ou reles. Pensavam e ensinavam para as grandes massas. Mas com boa formulação e fundamentação.
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Essas filosofias eram um modo de vida. Não brilhavam por fazer grandes construções teóricas, mas por seus ensinamentos para melhorar a vida de cada um. Eram mais socráticas (“a vida é uma preparação para a morte”), mais pedagógicas que metafísicas. Filosofar não era uma especulação abstrata, um devaneio, mas uma busca por respostas práticas para as questões da vida diária. Nisso residiria a felicidade.
Texto completo: http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/442/artigo144029-2.htm
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