tag:blogger.com,1999:blog-79141476450593799112024-02-20T17:49:29.278-08:00Fabuloso FuturoTranshumanismo - Singularidade - Engenharia do Paraíso - Aprimoramento Cognitivo - Superlongevidade - Superfelicidade...
Dicionário Houaiss:
fabuloso Datação: 1532 n adjetivo
5 que (por suas dimensões) ultrapassa a imaginação
6 Derivação: por metáfora.
que, sendo real, parece imaginário
7 Derivação: por extensão de sentido.
que tem caráter admirável; incrível
8 que não é bem conhecido; indistinto, obscuro
9 Regionalismo: Brasil.
que é tido como ótimo; excelente, fantásticoCassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.comBlogger117125tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-74543880833335662622013-04-07T09:57:00.001-07:002013-04-11T08:33:10.527-07:00Invocações sobre os elementos da carne: equilibrando o transhumano e o transpessoal<br />
<a href="http://www.acceler8or.com/2011/12/conjurations-in-the-element-of-flesh-balancing-the-transhuman-and-the-transpersonal/" target="_blank"><b>por Jason LOUV</b></a><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-vz6LHDyeVntENsAJnPgl-hwJrHK6A-QsBtpznpRuEPf4aRg1H-EN9G60VaLAjqbyqme7FXAFz_NHcIh1PZUuXgt2bGM-wEJxB1-fn-NpI2inufIEus523qqFsJsTFqgoYd6SmMScXWZj/s1600/alchemy-sun-moon-fight.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-vz6LHDyeVntENsAJnPgl-hwJrHK6A-QsBtpznpRuEPf4aRg1H-EN9G60VaLAjqbyqme7FXAFz_NHcIh1PZUuXgt2bGM-wEJxB1-fn-NpI2inufIEus523qqFsJsTFqgoYd6SmMScXWZj/s400/alchemy-sun-moon-fight.jpg" width="400" /></a></div>
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Quais serão as disciplinas críticas que irão conduzir a humanidade no século 21 à iniciação? Como é que aqueles que desejam mudar do assento de espectadores para o meio do anel conseguirão fazer isso? Como a humanidade fez isso no passado?</div>
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Os antigos representavam o salão de iniciação nos mistérios ladeado por duas colunas - uma preta, outra branca. A tradição sobrevive no cerimonial da maçonaria e no cartão da sacerdotisa do tarô, onde Isis, a iniciadora nos mistérios, aparece entre os dois pilares, conciliando-os.</div>
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Para os antigos, o pilar negro representava, entre outras coisas, o caminho da calcinação do ego; o branco, o caminho da dissolução do ego. Estes ideais abstratos ou, se preferirem, "maneiras de levar a vida", acabaram sendo chamados na linguagem comum de "magia branca” ou “magina negra", mas perderam seu significado original, sendo transmitidos de maneira errada.</div>
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Se restaurarmos seu simbolismo original, no entanto, os pilares do Templo de Salomão podem oferecer sugestões cruciais sobre os modos de transcendência que a humanidade no século 21 está começando a explorar. Vou traçar isso em linhas claras para os psiconautas iniciantes.</div>
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<br /></div>
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<b>O caminho da mão esquerda: o transhumanismo</b></div>
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Transhumanismo é o aumento e, portanto, o reforço de si mesmo. É o cume do "projeto da civilização ocidental" que está em curso e sempre tem se preocupado em estender a manifestação da vontade individual sobre a realidade física. É o uso da tecnologia direcionada para amplificar a experiência humana - e a tecnologia pode também significar meios ou técnicas não físicos.</div>
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Aqui eu chamo atenção para a inseparabilidade crescente de seres humanos e tecnologia de comunicação. Tanto o aumento real do corpo com as redes, a modificação corporal, a nanotecnologia etc., quanto as técnicas de mudança corporal como hatha yoga, artes marciais, cirurgia plástica, o trabalho de Wilhelm Reich, energia médica, EFT/EMDR, as contribuições do Movimento do Potencial Humano e a indústria de suplementos cada vez mais inteligente e bizantina. Podemos acrescentar as modernas e antigas técnicas de mudança do cérebro como Programação Neurolingüística, Leary/Wilson, Modelo Circuito Oito, "Dreamachine" de Brion Gysin, radiônica, tantra, "magick caos" e todo o interminável ocultismo da Nova Era. Tudo isso e muito mais pode ser usado para alterar, deformar, limpar, excitar-se, capacitar, fazer manicure ou melhorar aquilo que você chama de "eu".</div>
<div style="text-align: justify;">
O acesso a essas tecnologias é cada vez mais difundido e eu acredito que seu uso e refinamento provavelmente irão produzir algumas customizações admiráveis da experiência humana, bem como distorções do ego cada vez mais grotescas, com seres humanos outrora normais se transformando em algo que só poderia ser descrito como "criaturas" compostas por uma multiplicidade de fragmentos de ego despedaçados e exagerados, ao invés de uma saudável identidade integrada.</div>
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<br /></div>
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<b>O caminho da mão direita: o transpessoal</b></div>
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Se a transhumanidade pode ser vista como uma busca contínua pelo domínio sobre o corpo físico e a realidade material, o transpessoal oferece um caminho muito mais direto (e talvez ainda mais perigoso): o de quebrar as barreiras que separam o pequeno “eu” de todo o mundo em si. Isto é o que pode mais vagamente ser chamado de "caminho espiritual": o caminho da dissolução do ego e união com algo maior que si mesmo.</div>
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Sob o título de transpessoal devemos colocar os muitos ramos do sufismo, gnosticismo, cabala, advaita vedanta, budismo mahayana, a maioria das yogas, verdade Tantra, xamanismo, "depth psychology" e as atividades que decorrem da empatia ampliada que essas práticas podem produzir: ativismo político, movimento dos direitos humanos, movimento ambientalista, trabalho direcionado para os problemas da espécie humana e outras formas de "melhorar o mundo."</div>
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Deixando de lado, por enquanto, a questão sobre o caráter real ou não da experiência espiritual ou "consciência cósmica", e considerando o espiritual simplesmente enterrado no mundo material, acredito que podemos encontrar a mais alta expressão do caminho transpessoal no campo crescente da ecopsicologia: um modelo psicológico que propõe, grosso modo, que os problemas individuais são manifestações dos problemas do mundo em si, e que se torna impossível falar sobre cura de um paciente sem a cura do mundo em que vivem e o eu e o mundo são, em última análise, indistinguíveis. Nunca houve uma separação, pra começar.</div>
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<br /></div>
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<b>Entre os portões</b></div>
<div style="text-align: justify;">
É fácil ver como esses dois caminhos podem se sobrepor nos seus níveis mais extremos. Por exemplo, vá até os limites de sua expansão e você pode muito bem quebrar-se no processo, permitindo que a "realidade maior" inunde para dentro. Da mesma forma, as percepções de profundidade que surgem do trabalho transpessoal podem e devem nos permitir alterar o mundo físico em razão do fortalecimento e capacitação que o "indivíduo" experimenta - chega um momento em que você pode ter que levantar o seu corpo de espantalho da esteira de meditação, fazer algumas flexões de braço, vestir um terno e começar comunicar ao mercado o que você aprendeu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Você também pode perceber como esses dois caminhos podem se mostrar intensamente antagônicos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não tenha dúvidas de que o transumanismo surge do mesmo impulso dominador que nos deu impérios, moinhos satânicos, a guerra nuclear, a tecnologia biológica, a escravidão, a violação e degradação do mundo físico e assim por diante. Os produtos calcificados e sem alma da cultura ocidental e a ego-adoração pode fazer a expandida consciência transpessoal se sentir tão confortável como farpas nas unhas. [<a href="http://www.hedweb.com/transhumanism/cinco-razoes.html" target="_blank">N.T.: para contrabalançar esse ponto, ver artigo David Pearce</a>]</div>
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Alternativamente, é questionável o efeito que os insights dos místicos podem realmente produzir. As "elevadas revelações" podem ser novos pontos de vista verdadeiros e necessários para o equilíbrio da equação humana ou apenas delírios de um umbigo alucinado. As contribuições mais duradouras dos místicos que trilham o caminho transpessoal são visões interiores que, uma vez expressas, podem produzir mudanças enormes na forma como as culturas pensam - mas, assim que o autor da visão é (muitas vezes) convenientemente eliminado, no estilo “Poderoso Chefão”, esses insights rapidamente se transformam em burocráticas religiões dominadoras.</div>
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<br /></div>
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<b>O que nos resta?</b></div>
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Dois caminhos. O preto: alterar o ego como algo separado do mundo. O branco: excluir o ego e apagar toda a separação com o mundo. Ambos fornecem uma experiência e a promessa de ir além da "condição humana".</div>
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Isolado, o transpessoal resulta em ineficácia; sozinho, o transhumano pode resultar em uma máquina sem alma em um mundo cruel.</div>
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Caminhando entre os pilares - sem promessas - pode-se encontrar algo novo em que aqueles que cruzam pelos pilares encontrarão uma estrada ainda sem iluminação, que poucos cruzaram e cujo destino final ninguém ninguém ainda.</div>
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Caminhe consciente.</div>
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<br /></div>
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<b>Jason Louv </b>é o autor de <i>Valentine Queen</i> e editor do Hex Generation, Ultraculture e Thee Psychick Bíble. Site: <a href="http://www.jasonlouv.com/">www.jasonlouv.com</a> . Texto original: <i><a href="http://www.acceler8or.com/2011/12/conjurations-in-the-element-of-flesh-balancing-the-transhuman-and-the-transpersonal/">Conjurations in the element of flesh - balancing the transhuman and the transpersonal</a>. </i></div>
<br />Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-13826654336760419362012-11-02T10:00:00.003-07:002012-11-02T10:40:27.910-07:00Professor da USP dá palestra sobre "Transhumanismo e Biohacking" no Intercon2012<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2FfKpvlUTauDU1n-7vNhttP_e_ntwOF9Xd2Lmspzf_VDFVQ5F6rd-AhRtdUG6OVJ-zpjHLoCCNYybP6iSgkumKeXTlHObo8L3Dhy9MbW7VRZCb7z1OnmST7rOFOF-U5AlApl07_Bwe8Ib/s1600/luli.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2FfKpvlUTauDU1n-7vNhttP_e_ntwOF9Xd2Lmspzf_VDFVQ5F6rd-AhRtdUG6OVJ-zpjHLoCCNYybP6iSgkumKeXTlHObo8L3Dhy9MbW7VRZCb7z1OnmST7rOFOF-U5AlApl07_Bwe8Ib/s1600/luli.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small; text-align: start;"><i>"O próximo degrau está sempre escondido da gente"</i> - Luli Radfahrer</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Tenho que quebrar meu jejum blogueiro para divulgar aqui a palestra bem-humorada, visionária e realista de <b>Luli Radfahrer </b>intitulada <b>"<a href="http://www.eventials.com/intercon2012/recorded/M2UzZTJkMzY2MzdiNTg2NTUxNWM1MzI3NWY1YjRhMzYjIzE1NjE_3D" target="_blank">Transhumanismo e Biohacking</a>"</b>, que foi a palestra de encerramento do <a href="http://intercon.imasters.com.br/2012/o-evento.php" target="_blank">Intercon 2012</a>. Luli Radfahrer é Professor-Doutor da ECA-USP, colunista da Folha de S. Paulo e curador do <a href="http://intercon.imasters.com.br/2012/o-evento.php">InterCon</a>. É a melhor apresentação em português sobre as tecnologias emergentes que poderão resultar no transhumanismo que já assisti. Essa palestra deveria ser transformada em livro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na primeira metade da palestra, Luli Radfahrer fala basicamente da evolução da internet. Na segunda parte, ele entra em temas relacionados ao transhumanismo como o movimento <a href="http://quantifiedself.com/">Quantified Self</a>, cultura hacker, empreendedorismo DIY, impressora 3D e -- a parte mais interessante -- <a href="http://www.youtube.com/watch?v=p2j-94ycZJc">biologia sintética</a>. </div>
<div style="text-align: justify;">
Quem já viu as palestras de <a href="http://www.ted.com/talks/lang/pt/peter_diamandis_abundance_is_our_future.html" target="_blank">Peter Dimamandis</a> e <a href="http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/juan_enriquez_will_our_kids_be_a_different_species.html">Juan Enriquez</a> e acompanha esses assuntos não vai encontrar muita informação nova (a <a href="http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luliradfahrer/1176682-em-defesa-de-uma-transparencia-radical.shtml" target="_blank">questão da privacidade</a> foi novidade pra mim, não tinha pensado o assunto dessa forma). Mas o estilo de apresentação é totalmente diferente e, é claro, trata-se de um original pensador brasileiro. Radfahrer faz algumas críticas ao Kurzweil ("O Padre Marcelo dos tecnofilistas") e à singularidade ("Uma ideia no mínimo torta"). Infelizmente, as críticas têm um formato mais retórico que analítico (isto é, rigoroso e com argumentos explícitos ao invés de frases de efeito). Por exemplo, a analogia do corredor de 100 metros rasos que Radfahrer emprega para criticar a ideia de curva exponencial e a singularidade me pareceu inexata e mal empregada (o próprio Kurzweil rebate facilmente essa crítica explicando que sua "lei dos retornos acelerados" prevê uma série de curvas exponenciais em formato "S", em que uma curva termina ao atingir certos limites e dá lugar a outro crescimento exponencial, em um nível mais alto). O problema que vejo nesse tipo de crítica é que se perde a oportunidade para uma crítica mais essencial: qual o fundamento epistemológico da hipótese da singularidade? (Ou seja, essa ideia é plausível ou é uma crença milenarista sofisticada?) Como fica a questão das hierarquias e desigualdades sociais nessa história? Como se falar em imortalidade pra todo mundo quando hoje o pobre não tem nem saúde básica decente? O garoto com smartphone com acesso ao Google na África vai ter comida para boa formação e funcionamento do seu cérebro? Mas a singularidade e essas questões não foram o tema central da palestra, que também não teve formato acadêmico (ou seja, provavelmente todos na plateia permaneceram acordados).</div>
<div style="text-align: justify;">
Radfahrer <span style="text-align: start;">fe</span>z uma grande síntese bastante completa dos últimos desenvolvimentos da tecnologia e dos novos tempos que estão chegando e apresentou tudo isso de forma energizante. A palestra termina com um trecho otimista de <a href="http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/freeman_dyson_says_let_s_look_for_life_in_the_outer_solar_system.html" target="_blank">uma palestra do físico Freeman Dyson</a> em que a <a href="http://advivo.com.br/blog/luisnassif/o-debate-ponde-nicolelis-na-flip" target="_blank">atitude niilista</a> de curtir uma depressão diante de um universo frio e indiferente cede lugar a um impulso de afirmação da vida baseado na curiosidade e no espírito de aventura:</div>
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<br /></div>
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"<i>Então eu espero que nos próximos 10 anos, nós encontraremos essas criaturas, e, sendo assim, é claro, toda a nossa visão de vida no universo mudará. Se nós não as encontrarmos, podemos criá-las nós mesmos. (Risos) Esta é outra grande oportunidade que se abre. Nós podemos, tão cedo tenhamos um pouco mais de entendimento de engenharia genética (...) é desenvolver uma criatura que possa viver num satélite frio, um lugar como Europa [Satélite de Júpiter], então poderíamos colonizar com nossas próprias criaturas. Isto seria algo divertido de fazer. (Risos) A longo prazo, é claro, isto tornaria possível para nós nos movermos para lá. O que vai acontecer no fim -- Não serão apenas os humanos quem colonizarão o espaço, a vida se moverá para fora da terra, se movendo para seu reino final. E o reino da vida, é claro, será o universo. E, se vida já estiver lá, isto se tornará mais entusiasmante, a curto prazo, mas, a longo prazo, se não houver vida lá, nós mesmos a criaremos. <b>Nós transformaremos o universo em algo muito mais rico e belo do que é hoje. Então, de novo, nós temos um lindo e grande futuro para conceber</b>."</i> - <a href="http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/freeman_dyson_says_let_s_look_for_life_in_the_outer_solar_system.html" target="_blank">Freeman Dyson</a> no TED2003</div>
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<span style="text-align: justify;"> Vale a pena ver e divulgar.</span></div>
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<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
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<a href="http://www.eventials.com/intercon2012/recorded/M2UzZTJkMzY2MzdiNTg2NTUxNWM1MzI3NWY1YjRhMzYjIzE1NjE_3D">Link para a palestra "Transhumanismo e Biohacking"</a></div>
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Post relacionado: <a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com.br/2012/06/usp-realizara-sua-1-jornada.html" target="_blank">USP realizará sua "1ª Jornada Transhumanista"</a></div>
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<br />Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-49162188747307662132012-06-30T10:00:00.000-07:002013-05-10T06:50:02.813-07:00As melhores TEDtalks de todos os tempos (pra mim)O site TED é uma fonte quase inesgotável de conhecimento, entretenimento e inspiração. São um grande ponto de partida para o aprofundamento em muitas ideias. Difícil é saber o que (e em que ordem) assistir suas milhares de palestras.<br />
Abaixo, uma lista com algumas das minhas palestras preferidas:<br />
<a href="http://www.ted.com/profiles/1231114/talks">http://www.ted.com/profiles/1231114/talks</a><br />
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Quem quiser enriquecer este post pode colocar nos comentários a própria lista ou o link para alguma palestra específica.<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/juan_enriquez_shares_mindboggling_new_science.html" webkitallowfullscreen="" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/juan_enriquez_will_our_kids_be_a_different_species.html" webkitallowfullscreen="" width="526"></iframe>
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<iframe src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/regina_dugan_from_mach_20_glider_to_humming_bird_drone.html" width="526" height="315" frameborder="0" scrolling="no" webkitAllowFullScreen mozallowfullscreen allowFullScreen></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt/peter_diamandis_abundance_is_our_future.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/nick_bostrom_on_our_biggest_problems.html" webkitallowfullscreen="" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/neil_gershenfeld_on_fab_labs.html" webkitallowfullscreen="" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/bryan_stevenson_we_need_to_talk_about_an_injustice.html" webkitallowfullscreen="" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/freeman_dyson_says_let_s_look_for_life_in_the_outer_solar_system.html" webkitallowfullscreen="" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt/award_winning_teen_age_science_in_action.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/alain_de_botton_atheism_2_0.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/barry_schwartz_on_the_paradox_of_choice.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/daphne_koller_what_we_re_learning_from_online_education.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/salman_khan_let_s_use_video_to_reinvent_education.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/michael_hansmeyer_building_unimaginable_shapes.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/jonathan_haidt_humanity_s_stairway_to_self_transcendence.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>
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<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" mozallowfullscreen="mozallowfullscreen" scrolling="no" src="http://embed.ted.com/talks/lang/pt-br/marcin_jakubowski.html" webkitallowfullscreen="webkitallowfullscreen" width="526"></iframe>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-53356824463803466782012-06-15T10:03:00.002-07:002012-06-16T06:37:19.431-07:00Após decisão da Justiça, Luiz Felippe Monteiro será o 1º brasileiro criopreservado<b>Qual é o preço do amor? </b><b>Até onde você iria numa briga por uma chance de trazer de volta uma pessoa amada? </b><br />
Ligia Cristina Mello Monteiro foi longe. Gastou quase R$95mil para manter o corpo do pai, o ex-engenheiro da FAB Luiz Felippe Dias de Andrade Monteiro falecido aos 82 anos, congelado provisoriamente em uma funerária durante 3 meses de disputa judicial, já que duas outras filhas do casamento anterior de Luiz Felippe não concordaram com sua intenção de criopreservar o corpo do pai. A Justiça brasileira, finalmente, decidiu favoravelmente a Ligia, possibilitando o transporte do corpo de Luiz Felippe aos EUA, onde será preservado em uma longa noite de nitrogênio líquido.<br />
Além de ter gasto quase R$95mil, Ligia ainda abriu mão da herança a que teria direito em favor das outras irmãs que tentaram impedi-la de congelar o corpo do pai. <span style="background-color: #ffe599;"><b>É o tipo de história heróica, de amor intenso e desinteressado que a gente não vê por aí todos os dias</b>. </span><b>Meus parabéns, Ligia!</b><br />
Pra mim, foi <b>mais uma simbólica vitória da vida sobre o nada. Uma vitória do poder humano de sonhar e, sonhando, alterar a realidade para tornar o mundo um melhor habitat para a mente humana</b>. Com uma probabilidade de não ser apenas simbólica...<br />
Os comentários dos internautas no site G1 são na grande maioria agressivos e negativos (é aquele mesmo tipo de internauta patriota que diz ser contra a criogenia porque poderia quebrar o INSS ou permitiria que o Sarney fosse senador por 1000 anos):<br />
"<i>Esta mulher não cresceu, foi mimada o tempo todo. Não vê que a vida é muio ais que uma vontade própria. Quanta gente morrendo por não ter o que comer, não poder comprar remédio e esta maluca gastando os tubos por capricho!!!"</i><br />
<i>"Vai ajudar quem precisa cm essa grana mulher, o homem já fez a parte dele aqui na terra. terra."</i><br />
<i>"A falta da crença em Deus e em uma vida espiritual após esse mundo é o que leva uma pessoa a fazer uma loucura dessas..."</i><br />
Engraçado. As pessoas gastam uma enorme quantidade de dinheiro em produtos e serviços de utilidade pessoal ou social duvidosa, como produtos de grife, carro do ano, fast-food, cigarros e consumo exagerado de álcool (isso pra não falar em dízimos...). E aí, quando estão diante de uma questão existencial fundamental, que diz respeito à única possibilidade concreta de preservar a história e a riqueza da existência de uma pessoa amada elas ficam tão econômicas, solidárias e sensíveis à pobreza alheia... Eu vejo nessa atitude uma mistura de medo e hipocrisia: a fachada de agressividade procura esconder o próprio medo da morte, protegendo visões de vida no além que foram se apegando durante a vida. Tudo o que ameça essas visões passa a ser visto como uma ameaça.<br />
<br />
<b>Existe prova de que a criogenia funciona?</b>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/TnV5ZnpPnv4" width="420"></iframe><br />
<br />
Confira <a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com.br/2011/08/excelente-entrevista-de-nick-bostrom-na.html" target="_blank">os comentários de Nick Bostrom</a> (filósofo analítico e professor de Oxford) sobre a criogenia:<br />
<b>Nick Bostrom</b>: "Penso que criogenia é uma opção racional para uma pessoa que pode facilmente arcar com os custos e que valoriza a sua própria sobrevivência.<br />
A lógica básica é simples. Em temperaturas tão baixas quanto a do nitrogênio líquido, os processos bioquímicos basicamente param. Isso signi fica que não existe nenhuma degradação subsequente do corpo ou do cérebro uma vez que ele tenha sido congelado ou vitri ficado. Ainda que com os protocolos atuais uma grande quantidade de dano seja feita no processo de preservação, é perfeitamente plausível que a informação contida no cérebro não é verdadeiramente apagada, apenas embaralhada - da mesma maneira como não se apaga realmente a informação de um documento impresso ao cortá-lo em pedaços: com paciência, os pedaços podem ser unidos novamente para revelar o texto original.<br />
Temos então uma situação na qual a informação provavelmente ainda esta lá, mas de uma forma embaralhada e inviável. Alguma tecnologia avançada do futuro, tal como a Nanotecnologia ou a emulação completa cerebral, seria necessária para reparar o dano ocorrido no processo de resfriamento bem como para reverter a causa original da morte (ou 'desanimação', em linguajar criogênico). <span style="background-color: #ffe599;">Parece negligente apostar a sua própria vida na convicção de que essas tecnologias nunca serão desenvolvidas</span>. Consequentemente, um tratamento conservador apropriado para cadáveres seria preservá-los em temperaturas de nitrogênio líquido na esperança de que, em algum ponto no futuro, a tecnologia médica irá avançar o su ficiente para que a reanimação se torne factível.<br />
<span style="background-color: #ffe599;">Não existe garantia de que isso irá funcionar, mas as chances são certamente melhores do que enterrar ou cremar o corpo, o que apaga permanentemente toda a informação do seu cérebro. A criogenia é geralmente paga por um seguro de vida. O custo anual depende da idade da pessoa quando ela se inscreve. Para uma pessoa jovem, deve ser algo em torno de 500 dólares por ano, o equivalente a um ou dois pares de sapatos de grife</span>."<br />
<br />
<br />
Li em algum site americano alguém dizer que a criogenia é, no momento, "o único jogo na cidade" ("the only game in town") e, portanto, uma aposta racional. Para quem se preocupa com a preservação da personalidade, da sabedoria, do conhecimento adquirido e a história única de uma vida, é uma estratégia bem melhor, por exemplo, do que tapar os olhos e fingir que o problema não existe ou passar a acreditar em mágica (como a existência de um paraíso celestial). Outras pessoas estão contentes em viver uma vida só e não vêem problema nenhum nisso. Cada um deve inventar o seu caminho.
<br />
A técnica da criogenia tem sido aperfeiçoada. A técnica atual chama-se vitrificação e reduz os danos ao sistema nervoso resultantes do congelamento. Pesquisadores já conseguiram fazer um órgão vitrificado de um coelho voltar a funcionar (mas daí a ressuscitar uma pessoa vai uma boa distância).<br />
Como a própria Lígia declarou ao G1, não é garantido que a criogenia funcione. Mas existem fundamentos científicos para crer que ela pode funcionar (veja, por exemplo, esta TED Talk: <a href="http://www.ted.com/talks/lang/pt/sebastian_seung.html">http://www.ted.com/talks/lang/pt/sebastian_seung.html</a>), pois por meio dela tanto o DNA quanto, principalmente, o conexoma humano são preservados.<br />
Como a criogenia poderia funcionar? Talvez um avanço substancial na área de imagens médicas, neurobiologia, somado a um desenvolvimento da "neurobiologia sintética" criassem as bases para se extrair todo o conexoma de um cérebro congelado (<a href="http://www.ted.com/talks/lang/pt/sebastian_seung.html">http://www.ted.com/talks/lang/pt/sebastian_seung.html</a>) e, ao mesmo tempo, transferi-lo (<a href="http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/ed_boyden.html">http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/ed_boyden.html</a>) para outro meio. Poderia ser um clone, o próprio corpo rejuvenescido ou um computador (tenho dúvidas de que a transferência para um computador manteria a identidade humana). Mas um corpo humano com o mesmo DNA e o mesmo conexoma seria basicamente... a mesma pessoa. Talvez não em todos os detalhes (talvez as impressões digitais fossem diferentes, dentre outras diferenças). Mas somos exatamente as mesmas pessoas que éramos há um ano atrás? E há dez anos? E uma pessoa que sofre um derrame ou um traumatismo craniano? O que faz com que uma pessoa seja considerada ela mesma?<br />
Nessa visão, as pessoas não possuem um espírito composto de algum tipo de energia ou fumaça sobrenatural que deixa o corpo com a morte, um núcleo fundamental permanente. A pessoa seria um conjunto (muito, muito grande) ou um fluxo de informação em um substrato biológico: uma mistura de informação decorrente da estrutura de uma mente fornecida pelo DNA somada a informação decorrente do desenvolvimento (nutrição e experiências de vida). Sempre sofrendo pequenas e contínuas mudanças de acordo com um padrão mais ou menos previsível (alguém também notou a semelhança desta visão com uma <a href="http://www.guardian.co.uk/books/2011/oct/23/buddhism-bodhisattva-flanagan-meditating-austin" target="_blank">filosofia/religião antiga bem conhecida</a>?).<br />
Eu acho que um mundo em que essas entidades conscientes inteligentes pudessem evoluir o conhecimento, a sabedoria, a moral, a ciência e a arte pelos séculos a fora seria um mundo... fabuloso. No final, acho que o caminho de muitos seria semelhante ao do protagonista do filme "<a href="http://www.youtube.com/watch?v=oOnOSIJplEE&feature=player_embedded" target="_blank">Feitiço do Tempo</a>" (Groundhog Day - 1993).<br />
<br />
<b>“Não faça perguntas quando não quer saber as respostas”</b><br />
Infelizmente, não existem quaisquer evidências de uma vida no além. Mas existem fortes evidências (confira os trabalhos dos antropólogos <a href="http://www2.psych.ubc.ca/~ara/Manuscripts/AtranNorenzayanBBS.pdf" target="_blank">Scott Atran</a>, <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/The_Denial_of_Death" target="_blank">Ernest Becker</a>, por exemplo) apontando que o medo da morte, leva o ser humano a procurar alguma forma de acreditar na vida após a morte como forma de aplacar o estresse cognitivo gerado pelo conflito entre o instinto de sobrevivência de um lado e a consciência da inevitabilidade da morte de outro. Pode ser uma imortalidade literal ("vou para o Céu, Deus não faria isso com a gente") ou uma imortalidade simbólica ("vou ganhar o Prêmio Nobel e entrar para a história"). Mas produz também uma série de comportamentos humanos indesejáveis (inclusive a violência e intolerância). Para um resumo destas ideias, recomendo o excelente artigo: <a href="http://www.theatlantic.com/health/archive/2012/05/how-the-unrelenting-threat-of-death-shapes-our-behavior/256728/" target="_blank">How the Unrelenting Threat of Death Shapes Our Behavior</a> e, ainda, o filme "<a href="http://www.youtube.com/watch?v=62RwQKszNA0" target="_blank">Flight From Death - The Quest For Immortality</a>" (só metade dele está disponível no Youtube).<br />
Se você fica triste com o assunto, não pense nele, e a melhor forma parece ser treinar sua mente a se voltar para o momento presente (meditação "mindfullness"). É o conselho do filósofo e neurocientista <a href="https://www.youtube.com/watch?v=ITTxTCz4Ums&feature=player_embedded" target="_blank">Sam Harris</a> (que também faz parte do movimento dos "novos ateus"). Foi o conselho dado há 2.500 anos por <a href="http://www.youtube.com/watch?v=SfWHoI12CuU" target="_blank">Sidarta Gautama</a>, que também se deparou pensando no mesmo problema. Se a questão é importante para você, tome alguma ação e, depois, "esqueça" o assunto. Lembre-se sempre da redentora frase do <i>Guia do Mochileiro das Galáxias</i>: "Não entre em pânico!"<br />
<br />
Resumo da notícia no G1:<br />
<b style="font-size: x-large;">'Já pensou poder rever meu pai?', diz filha que acha possível ressuscitá-lo</b><br />
<i>Briga judicial entre irmãs vai decidir se pai será congelado ou sepultado.</i><br />
<i>Filha mais nova já gastou R$ 95 mil para manter corpo preservado em gelo.</i><br />
<i><br /></i><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://s2.glbimg.com/SjDneDalxud44gLikfmMKjSWqukQgEOi89ARoPBydrFIoz-HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/06/14/ligia-e-luiz-felippe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://s2.glbimg.com/SjDneDalxud44gLikfmMKjSWqukQgEOi89ARoPBydrFIoz-HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/06/14/ligia-e-luiz-felippe.jpg" /></a></div>
<br />
O sonho de ressuscitar o pai, que morreu no começo deste ano, está causando uma disputa judicial entre três irmãs. Luiz Felippe Dias de Andrade Monteiro, engenheiro da Força Aérea Brasileira (FAB), faleceu em 22 de fevereiro, em plena Quarta-feira de Cinzas. A filha mais nova dele, Ligia Cristina Mello Monteiro, do segundo casamento de Luiz Felippe, começou então uma saga para tentar congelar o corpo do pai com s da técnica conhecida como “criogenia”, que utiliza nitrogênio liquido para resfriar e preservar o corpo. Segundo ela, o congelamento era um desejo expresso pelo pai antes de morrer. Como o pai, Ligia acredita que, com o avanço da ciência, será possível trazê-lo de volta à vida em algumas décadas.<br />
“Já pensou ter a oportunidade de, daqui a 30 ou 40 anos, poder rever meu pai?”, indaga Ligia. “Não tem provas de que isso pode acontecer, mas é um sonho”, complementa. Entretanto, as outras duas irmãs, Carmen Sílvia Monteiro Trois e Denise Nazaré Bastos Monteiro, do primeiro casamento, não concordaram com o congelamento, que seria realizado por uma empresa da cidade de Detroit, nos Estados Unidos. Elas entraram com um processo contra Ligia, exigindo o sepultamento de Luiz Felippe no jazigo da família, em um cemitério de Canoas (RS), onde vivem. “As irmãs que moram no Sul falaram que o congelamento do pai era um absurdo”, conta Rodrigo Marinho Crespo, advogado delas.<br />
(...)<br />
Do outro lado, Ligia comemora a decisão, e avisa vai fazer de tudo para que a vontade do pai seja realizada. “Cheguei a abrir mão da minha parte na herança e deixar para minhas irmãs. Isso está nos autos. Estou muito positiva, porque os desembargadores foram muito sensatos. Meu pai vai ser o primeiro homem congelado da América do Sul. Pode ser até que esse caso venha a suscitar outros”, conclui ela.<br />
<br />
Leia a notícia completa <a href="http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/06/ja-pensou-poder-rever-meu-pai-diz-filha-que-acha-possivel-ressuscita-lo.html" target="_blank">aqui</a>.<br />
<br />
<b>Outros artigos neste blog sobre criogenia/criônica:</b><br />
<a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com.br/2011/12/larry-king-celebridade-da-cnn-choca.html" target="_blank">Larry King, celebridade da CNN, choca convidados ao confessar que quer ser criopreservado</a><br />
<a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com.br/2010/11/e-possivel-contratar-alcor-life.html" target="_blank">É possível ser criopreservado no Brasil?</a><br />
<a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com.br/2011/08/excelente-entrevista-de-nick-bostrom-na.html" target="_blank">Excelente entrevista de Nick Bostrom na Revista Filosofia</a>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-86131469891662925052012-06-11T19:34:00.002-07:002012-06-16T06:21:33.296-07:00USP realizará sua "1ª Jornada Transhumanista"Um evento muito interessante terá lugar na FFLCH (a faculdade de filosofia e humanidades da USP) : <b>A 1ª Jornada Transhumanista</b>. E, o melhor de tudo, é que o evento poderá ser assistido online pelo site <a href="http://www.iptv.usp.br/">http://www.iptv.usp.br</a> .<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ2LY4nMt-6MOESir0F7Hd_7UT3sdl197lwBWhqNjPjOQJ6O5jKj0eFm7NZMrhMdpFDy3B3h1jDq67ShgbU_CdmY5qiHG3N82TUec8V7lgLENZVRxPIulRctyINBSB_tWD5_OD0rQKRYmj/s1600/1a_jornada_hplus.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ2LY4nMt-6MOESir0F7Hd_7UT3sdl197lwBWhqNjPjOQJ6O5jKj0eFm7NZMrhMdpFDy3B3h1jDq67ShgbU_CdmY5qiHG3N82TUec8V7lgLENZVRxPIulRctyINBSB_tWD5_OD0rQKRYmj/s400/1a_jornada_hplus.png" width="400" /></a></div>
<br />
Não é o primeiro evento discutindo o transhumanismo no Brasil (a Federal de Santa Maria já fez vários eventos). Mas o evento é importante porque é realizado na FFLCH-USP que, na área de humanidades, acho que é de longe o centro mais respeitado e influente do Brasil. Corre-se até o risco de, depois de um evento como este, o transhumanismo sair do armário e começar a virar moda nas faculdades de filosofia do Brasil. Filósofos devem pensar as grandes questões abertas do seu tempo. O transhumanismo é, sem dúvida, uma delas.<br />
Enfim, em termos do Brasil acadêmico, é um evento bastante significante, de impacto. Parabéns aos organizadores.<br />
O evento ainda contará com a participação de David Pearce, cofundador da Humanity+ e, sem dúvida um dos filósofos mais relevantes nos dias de hoje (pelo menos na minha lista, que inclui também <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Owen_Flanagan" target="_blank">Owen Flanagan</a>, Daniel Dennett e Sam Harris).<br />
O evento é organizado pelo <a href="http://www.ierfh.org/br/index.html">Instituto Ética, Racionalidade e Futuro da Humanidade</a> (único instituto devotado ao estudo e divulgação do transhumanismo no Brasil que tenho conhecimento).<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ZJa7wqsYaQ_ql-Z6ASCUkpehtPnzLjgqCxFkiq7nx7y6QQuGp_iGUlUT8bNhnHwFcuFkigtC-amI98FBvtl-QK60ISrgLsASB8F3KL08q5PkOD0V0C4BRlc8H2T_nVDZvet46HJY7J1a/s1600/ierfh.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ZJa7wqsYaQ_ql-Z6ASCUkpehtPnzLjgqCxFkiq7nx7y6QQuGp_iGUlUT8bNhnHwFcuFkigtC-amI98FBvtl-QK60ISrgLsASB8F3KL08q5PkOD0V0C4BRlc8H2T_nVDZvet46HJY7J1a/s1600/ierfh.png" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O <a href="http://www.ierfh.org/br/index.html" style="font-size: medium; text-align: -webkit-auto;">Instituto Ética, Racionalidade e Futuro da Humanidade</a>, <span style="font-size: small; text-align: -webkit-auto;">único instituto devotado ao estudo e divulgação do transhumanismo e da singularidade no Brasil organizou o evento.</span>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Vale a pena divulgar e participar.<br />
<br />
--<br />
Cartaz do evento:<br />
<a href="http://www.fflch.usp.br/df/site/agenda/arquivos/Jornada_transhumanista_2012_cartaz.pdf">http://www.fflch.usp.br/df/site/agenda/arquivos/Jornada_transhumanista_2012_cartaz.pdf</a><br />
<br />
Sexta-Feira, 15 de junho de 2012, 14 às 20 hs, sala 8<br />
Depto. de Filosofia – FFLCH – USP<br />
Transmissão online: http://www.iptv.usp.br<br />
Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 (Cidade Universitária) São Paulo, SP<br />
<br />
14:00-15:00 hs João Lourenço Fabiano (FFLCH-USP):<br />
<br />
“Melhoramentos cognitivos: razões para modificar a evolução”<br />
<br />
15:00-16:00 hs Leo Arruda (Unifesp): “Ética utilitarista e transhumanismo”<br />
<br />
16:30-18:00 hs Diego Caleiro (FFLCH-USP): “Nossos valores atravessarão a Singularidade?”<br />
<br />
18:00-19:00 hs David Pearce (BLTC Research – Brighton, Inglaterra): “Abolishing suffering”<br />
<br />
19:00-20:00 hs Discussão<br />
<br />
“O transhumanismo é a classe de filosofias que busca nos guiar a uma condição pós-humana. O<br />
transhumanismo compartilha muitos elementos do humanismo, como o respeito pela razão e<br />
pela ciência, o compromisso pelo progresso, e uma valorização da existência humana (ou<br />
transhumana) nesta vida, ao invés de em alguma sobrenatural ‘vida após a morte’. O<br />
transhumanismo difere do humanismo no reconhecimento e na antecipação de alterações<br />
radicais na natureza e nas possibilidades de nossas vidas, resultantes de várias ciências e<br />
tecnologias, como a neurociência e neurofarmacologia, extensão da vida, nanotecnologia, ultrainteligência artificial e habitação do espaço cósmico, combinadas com uma filosofia e um<br />
sistema de valores racionais” (MAX MORE, 1990, http://www.maxmore.com/transhum.htm).<br />
<br />
Sexta-Feira, 15 de junho de 2012, 14 às 20 hs, sala 8<br />
Depto. de Filosofia – FFLCH – USP<br />
Transmissão online: http://www.iptv.usp.br<br />
Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 (Cidade Universitária) São Paulo, SPCassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-31536517404983188062012-06-08T05:56:00.000-07:002013-04-09T05:42:45.998-07:00O Começo do Infinito, A Condição Humana, Abundância etc.<br />
Quem ainda não conhece, vale apena dar uma olhada nos vídeos do "filósofo-ator" Jason Silva. São pequenos vídeos artístico de aproximadamente 2 minutos de duração em que Jason condensa sons e imagens exuberantes com ideias filosóficas (tecno-otimistas) em velocidade tão rápida que dá a impressão de que despeja tudo direto no seu cérebro.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: -webkit-auto;">
Confira três dos vídeos (ainda que você não entenda bem inglês, se já está familiarizado com o assunto, vai captar alguma coisa)</div>
<br />
O COMEÇO DO INFINITO<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/fyUMmpOXU4A" width="530"></iframe>
<br />
A CONDIÇÃO HUMANA<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/JUP9AOqoMFg" width="530"></iframe>
<br />
ABUNDÂNCIA<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/k-mfRsIBcAw" width="530"></iframe>
<br />
<b>Para saber mais</b><br />
<br />
Entrevista de Jason à revista Wired (inglês):<br />
<a href="http://www.wired.com/underwire/2012/01/jason-silva/all/1">http://www.wired.com/underwire/2012/01/jason-silva/all/1</a><br />
Palestra de Jason em evento da revista The Economist:<br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=UWl6Pm2klPU">http://www.youtube.com/watch?v=UWl6Pm2klPU</a><br />
Canal com os todos os vídeos de Jason:<br />
<a href="http://www.youtube.com/user/jasonsilvamindmeld/videos">http://www.youtube.com/user/jasonsilvamindmeld/videos</a>
<br />
<br />
<br />Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-45895728449342997042012-05-06T13:44:00.001-07:002012-05-06T13:44:40.595-07:00Universidade futurista do Vale do Silício quer moldar um novo mundo<br />
<br />
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="color: black; width: 570px;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;" width="430"><span style="font-size: xx-small;">São Paulo, domingo, 06 de maio de 2012</span>
<br />
<img alt="Ilustrissima" hspace="10" src="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/images/ilustrissima.gif" /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table id="main" style="color: black; width: 500px;"><tbody>
<tr><td width="100"></td><td width="400"><div class="kicker blue" style="color: navy; font-size: 18px; text-transform: uppercase;">
<b>CIÊNCIA</b></div>
<b>
</b><br />
<div class="title" style="font-size: 26px; font-weight: bold;">
'Think tank' do futuro</div>
<b>A universidade que quer moldar um novo mundo</b><br />
<div class="on_footer" style="font-size: 13px;">
<b>RESUMO</b><br />
A elite do Vale do Silício criou a futurista Universidade da Singularidade para formar líderes e buscar vencer desafios como a falta mundial de água potável. Sua visão utópica de um "mundo pós-escassez" contrasta com as máquinas de guerra dignas da ficção científica e o atropelo de questões éticas pelo capitalismo high tech.</div>
<b>CAROLE CADWALLADR</b><br />
TRADUÇÃO <b>CLARA ALLAIN</b><br />
<b><br /></b><br />
É o primeiro dia de trabalho na Universidade da Singularidade, e um holograma acaba de fazer o discurso inaugural. O próximo é Craig Venter, pioneiro do sequenciamento do genoma humano e criador da primeira forma de vida sintética. Mais tarde, veremos duas pessoas paralisadas da cintura para baixo vestindo exoesqueletos robóticos ficarem de pé e andar.<br />
Antes disso, porém, o cofundador da Universidade da Singularidade, Peter Diamandis, nos dá as instruções do dia. Nossa tarefa, diz ele, é escolher "um dos grandes desafios da humanidade" -por exemplo, a escassez de água potável. E então bolar uma ideia "que possa impactar positivamente a vida de 1 bilhão de pessoas".<br />
São 9h30. Somos uns 50, e a sala foi divida em mesas: educação, pobreza, água etc. Diane Murphy, a assessora de imprensa da universidade, me indica a mesa sobre "alimentação". "Por que não senta no lugar do Ashton Kutcher? Ele vai demorar a chegar."<br />
A Universidade da Singularidade não parece uma universidade comum. E não só por acolher gente como Craig Venter, Kutcher ou o músico will.i.am, que, num debate, faz uma pergunta sobre levar a universidade até o gueto. Os cursos não são reconhecidos oficialmente. Não há estudantes tradicionais.<br />
A Universidade Stanford pode ter sido o berço de mil "startups" -empresas iniciantes de tecnologia em geral relacionadas a grupos empreendedores- do Vale do Silício e de grandes inovações, mas a Singularidade é criada à própria imagem do vale: altamente conectada em rede, alimentada por um coquetel de filantrocapitalismo e dotada de uma consciência quase mística de seu próprio destino.<br />
Ela é o "think tank" futurista de elite do Vale do Silício e seu braço que se conecta com o mundo: o Google e a Microsoft vieram para a aula inaugural e doaram dinheiro, a Nasa cedeu o espaço para o campus e uma frase do cofundador do Google, Larry Page, enfeita o site da universidade: "Se eu fosse estudante, ia querer estar aqui". O objetivo é "reunir, educar e inspirar uma nova geração de líderes que se esforcem para compreender e utilizar tecnologias exponencialmente avançadas para fazer frente aos grandes desafios da humanidade".<br />
Seria melhor tratar tudo à moda britânica: ironizar. Ashton Kutcher, o ator mais bem pago da TV americana! (Mais tarde, li que ele vai representar Steve Jobs no cinema e desconfiei de que ele possa pensar que é de fato Jobs.) Um bilhão de pessoas! E Diamandis é o tipo de empreendedor que encara qualquer parada e que nós, britânicos, tendemos a ironizar e evitar.<br />
Metade das pessoas na sala já fez realmente coisas que tiveram impacto positivo sobre 1 bilhão de pessoas ou mais. Não só Venter; há também Vint Cerf, um dos pais da internet -trabalhou no Arpanet, antecessor da web- que hoje é o "evangelista-chefe da internet" no Google. E Sebastian Thrun, do Google, o homem por trás de uma das tecnologias mais recentes e perturbadoras: o carro que anda sozinho.<br />
E há Elon Musk, cofundador do sistemas de pagamentos on-line PayPal e da Tesla Motors, que inventou o carro elétrico e está trabalhando numa nave para substituir os ônibus espaciais. Reid Hoffman, cofundador da rede social LinkedIn, está na plateia, além de Troy Carter, marqueteiro da estrela pop Lady Gaga.<br />
Ao fim do dia, chega Buzz Aldrin, celebridade genuína. Todos os cientistas querem fotos com ele. "O que você acha da Universidade da Singularidade?", pergunto a Aldrin. "Sou do tipo do sujeito que realiza muitas coisas", ele responde. "Mas venho para cá e penso: 'Uau, preciso fazer mais'."<br />
<br />
<b>CELEBRIDADES</b><br />
Apesar das "poucas" realizações de Aldrin -ele foi o segundo homem a pisar na Lua, pilotou 66 missões na Guerra da Coreia (1950-53), já fez um dueto com o rapper Snoop Dogg-, ele não deixa de ter razão. A ideologia da Universidade da Singularidade é justamente essa: fazer melhor. Sua fé no progresso é tão enraizada que o lugar ganha um ar retrofuturista, com carros voadores e propulsores a jato dos anos 1950.<br />
Até o nome soa como se tivesse saído da ficção científica. Talvez porque tenha saído mesmo da ficção científica. Singularidade é um termo que o cofundador da instituição, o escritor e futurólogo Ray Kurzweil, emprestou de um ensaio de Vernor Vinge, autor de ficção científica. As definições variam, mas o termo costuma ser interpretado como o ponto em que a inteligência do computador supera a do homem. Nas bem fundamentadas previsões de Kurzweil, isso se dará em 2029.<br />
Kurzweil é um homem genuinamente singular. É cientista, inventor -desenvolveu um dos primeiros sistemas de reconhecimento de voz-, autor e trans-humanista: acredita que, caso consiga se manter vivo até que a tecnologia necessária seja inventada, poderá se manter vivo para sempre. Mas é conhecido sobretudo como futurólogo: previu a fragmentação da URSS, o crescimento da internet, o ano em que computadores derrotariam os melhores enxadristas humanos, o e-book, o ensino on-line e dezenas de outras coisas.<br />
Pelas suas contas, 89 de 108 previsões que fez em 1999 sobre como estaria o mundo em 2009 se mostraram corretas; já outras 13 estavam "essencialmente corretas".<br />
O que está no cerne das previsões de Kurzweil é a lei de Moore, segundo a qual a potência de computação dobra a cada dois anos. A regra foi observada originalmente por Gordon Moore, que em 1965 cofundou a fabricante de processadores Intel e previu que a tendência se manteria "por pelo menos dez anos". Ela se manteve pelas cinco décadas seguintes, e não se sabe por quanto tempo ainda valerá. A potência de computação tem crescimento exponencial: o que é um vira dois, dois vira quatro, quatro se torna oito, e por aí vai.<br />
O programa-padrão na Universidade da Singularidade é um curso de dez semanas que custa US$ 25 mil (R$ 47,5 mil) e em 2011 teve 2.400 candidatos disputando 80 vagas. É a versão Vale do Silício de um MBA. E a demanda é tão grande que a universidade começou a promover minicursos "executivos", como o que assisti.<br />
"Empresas de bilhões de dólares estão nascendo da noite para o dia", diz Peter Diamandis. "E empresas de bilhões de dólares estão sendo fechadas da noite para o dia." Ou, como me disse Mike Federle, executivo-chefe da "Forbes": "Os CEOs estão desesperados para aprender essas coisas. Todo o mundo está tentando prever o que vai vir a seguir."<br />
"A potência de computação por dólares se multiplicou trilhões de vezes desde os meus tempos de faculdade", diz Kurzweil em seu discurso inaugural, proferido a partir de sua casa, em Boston, tendo sua cabeça projetada em 3D na sala, em uma imagem holográfica.<br />
"Guerras, crise econômica, nada tem impacto. A potência continua a crescer exponencialmente." Antigamente, a saúde avançava em progresso linear, mas "virou uma tecnologia exponencial". E o mesmo que aconteceu com a impressão em 3D se dará com "o mundo das coisas físicas".<br />
Nosso problema ao visualizar o futuro é que nossas expectativas são "lineares, não exponenciais", diz Kurzweil. As coisas não vão mudar de modo incremental, vão mudar explosivamente. E foi isso o que captou a atenção de Peter Diamandis -ele leu o livro de Kurzweil, "The Singularity is Near" (a singularidade está próxima), durante uma caminhada de aventura no Chile- e o inspirou a criar a universidade.<br />
Somos sete em nossa mesa. Devemos pensar soluções para alimentar os 7 bilhões de habitantes do mundo. Me pergunto o que Ashton Kutcher diria. Sem constrangimentos, o meu grupo começa a dar ideias. "O que acham de carne artificial?", propõe Mike Federle. "Poderíamos fabricar um bife agora mesmo", diz Robert Hariri, médico que fundou uma empresa de biotecnologia especializada em tratamentos pioneiros com células-tronco. "Mas ele nos custaria US$ 20 mil."<br />
O tom competitivo combina com os executivos-chefes e é um dos princípios que norteiam Peter Diamandis. Ele estava aprendendo a pilotar quando alguém lhe deu um livro sobre o voo de Charles Lindbergh sobre o Atlântico, realizado em 1927. Ele descobriu que a viagem de Lindbergh foi precipitada por um prêmio.<br />
Essa teoria o levou a criar o Prêmio X, que começou com um incentivo de US$ 10 milhões para a primeira pessoa ou empresa que criasse uma nave espacial tripulada, reutilizável e para particulares (Burt Rutan e Paul Allen, cofundador da Microsoft, ganharam o prêmio em 2004, pela nave SpaceShipOne). A Fundação Prêmio X já lançou muitos outros prêmios, sendo o mais recente o Prêmio Qualcomm Tricorder, também de US$ 10 milhões, pela invenção de um aparelho que possa ser segurado nas mãos -ou "tricorder", como é chamado em "Jornada nas Estrelas"- e seja capaz de diagnosticar 15 doenças.<br />
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<b>ABUNDÂNCIA DE IDEIAS</b><br />
Antes do almoço, já ouvimos Craig Venter sobre seus planos de criar biocombustíveis: ele acredita que um acre (cerca de 4.000 m²) de algas microscópicas poderá produzir 10 mil litros de óleo por ano -um milharal da mesma área rende 18 litros. Venter acaba de receber US$ 300 milhões em investimento da Exxon para converter isso em realidade.<br />
Andrew Hessel, docente de biotecnologia da Universidade Singularity que quer criar tratamentos contra o câncer com código aberto e distribuição livre, diz que a biologia é a próxima tecnologia exponencial. O código genético vai se tornar "uma linguagem de programação", diz ele. Estamos no início de transformações maciças: o bio-hacking do tipo "faça você mesmo" já começou. "Os vírus estão chegando primeiro", ele afirma. "Vírus são fáceis de fabricar."<br />
Enquanto isso, Vint Cerf fala sobre a "internet das coisas". No futuro próximo, afirma, aparelhos vão conversar uns com os outros. "Você vai estar no supermercado e receberá uma ligação da geladeira dizendo 'não esqueça o molho marinara'."<br />
A tese de Diamandis é que em pouco tempo vamos ingressar num mundo "pós-escassez". Esqueça o esgotamento das reservas de petróleo. Quem vai precisar delas quando temos "15 terawatts de energia do Sol chegando à Terra a cada 15 minutos"? O desafio é apenas como atrelar essa energia. "E estamos cada vez melhores nisso", diz ele.<br />
Não é só isso o que nos impede de mudar nosso comportamento não sustentável, apontam seus críticos; é que, como diz Craig Venter, esta tecnologia é bastante trabalhosa. E às vezes não tem resultados tão bons quanto se esperava.<br />
Diamandis tem um arsenal de aforismos que mais parecem vindos de um "personal trainer de vida" ("a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo você mesmo"; "se você não pode vencer, mude as regras"). Mas ele também tem o dom de resumir uma ideia em uma imagem. Uma de suas frases mais conhecidas é que um guerreiro massai munido de um celular tem mais capacidade de telecomunicações do que o presidente dos EUA tinha há 25 anos. "E, se ele tiver um smartphone com o Google, tem acesso a mais informações do que tinha o presidente 15 anos atrás".<br />
Diamandis pode ser um showman, mas é um showman que é levado a sério por algumas das pessoas mais inteligentes e mais bem-sucedidas do mundo. Há duas semanas, lançou uma empresa -com o respaldo de Larry Page e Eric Schmidt, presidente do Google- para extrair minerais raros de asteroides usando naves espaciais.<br />
O segundo dia de nosso curso de três dias termina com uma festa no set de uma rua de Nova York, no estúdio da Fox. Dois paraplégicos se levantam de suas cadeiras de rodas para andar pelo palco em exoesqueletos robóticos, e will.i.am diz o que pensa sobre o dia que passou: "Mudou toda a minha visão da vida. Mas estou preocupado com os nossos centros urbanos pobres. Acabo de ouvir que a minha sobrinha vai ser menos inteligente do que o celular dela. Tivemos uma geração que quis melhorar o seu saldo bancário, não o cérebro. Eu quero inspirar jovens para serem cientistas e engenheiros."<br />
Peter Diamandis cresceu no Brooklyn, filho de imigrantes gregos, e sentiu-se inspirado pela missão Apollo a tornar-se cientista, tendo se formado em medicina e biologia molecular e obtido um Ph.D. em engenharia aeroespacial no MIT (Massachusetts Institute of Technology). A Universidade Singularity não é a primeira universidade que ele fundou. Aos 20 e poucos anos, Diamandis criou a Universidade International Space (universidade espacial internacional), que já formou uma geração inteira de cientistas da Nasa.<br />
É por isso que Buzz Aldrin veio para cá e que outro astronauta, Dan Barry, leciona robótica na Universidade da Singularidade. (A grande previsão de Barry diz respeito ao sexo robótico. "Você acha engraçado, né? Mas também sou um médico de reabilitação, e o sexo é uma necessidade humana básica que os robôs poderão suprir a deficientes físicos, viúvos, idosos. Isso vai acontecer. O melhor que você tem a fazer é aceitar e entrar nessa onda desde o começo.")<br />
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<i>Texto publicado na Folha de S. Paulo em 06/05/2012. Leitores da Folha e do UOL podem ler o texto na íntegra aqui: <a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/41125-think-tank-do-futuro.shtml">http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/41125-think-tank-do-futuro.shtml</a></i>
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</tbody></table>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-73393189012623124802012-02-13T05:47:00.000-08:002012-03-29T10:04:37.563-07:00Começaram os cursos do MITx: estude no MIT de graça e com certificado<div style="text-align: justify;">
Como <a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com/2011/12/feliz-2012-e-pausa-no-blog.html" target="_blank">anunciado antes</a> (para evitar que as pessoas fiquem procurando por atualizações em vão) este blog está parado em 2012, com alguns poucos posts anteriormente agendados no blogger ainda em 2011. Mas as notícias abaixo merecem um post do tipo "plantão urgente" (não, ainda não é a singularidade ocorrendo, hehe).<br />
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<b>O que é o MITx?</b></div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzPxyXw9HsQnsNSoJIAr62yCXk2EKqtc-kU6Ulo6m-3UaOJiGMM1eQDiPzP-3UUBvmp2qYOXCR2UjwwLg1vsDCpNe7pqEFKR4qznTutMIfg3cneyWD7eb7d94lA7Aw8CZGM9UDKMD8RiGR/s1600/mit1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzPxyXw9HsQnsNSoJIAr62yCXk2EKqtc-kU6Ulo6m-3UaOJiGMM1eQDiPzP-3UUBvmp2qYOXCR2UjwwLg1vsDCpNe7pqEFKR4qznTutMIfg3cneyWD7eb7d94lA7Aw8CZGM9UDKMD8RiGR/s320/mit1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>MIT: agora você pode obter um certificado sério de que estudou lá sem ter nunca ido lá.</i></td></tr>
</tbody></table>
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O <a href="http://mit.edu/" target="_blank">MIT</a> é onhecido como uma das melhores escolas de engenharia (a melhor?) do mundo, onde "as grandes mentes de hoje ensinam as grandes mentes do amanhã". Você provavelmente já sabe disso. O que talvez não saiba é que, agora, é que o MIT quer educar a sua mente também, de graça e com certificado acessível (o alto custo do ensino superior nos EUA é um dos grandes problemas daquele país).<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikdlCpn-QXaGs-ECIjSUdTRWuLwAL8PKCLuNvJSrOAe4K0kZZ5Iu-7Jpe2Q-3NvjUuwJ1hLdD19NEFDj_kem-nPawuJpNt7VRROove0p7JJkALVeMNjVvD61b2g91OIBTW3FvnuX4baqc0/s1600/mitx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikdlCpn-QXaGs-ECIjSUdTRWuLwAL8PKCLuNvJSrOAe4K0kZZ5Iu-7Jpe2Q-3NvjUuwJ1hLdD19NEFDj_kem-nPawuJpNt7VRROove0p7JJkALVeMNjVvD61b2g91OIBTW3FvnuX4baqc0/s1600/mitx.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Depois do TED abrir sua plataforma com o TEDx, agora é a vez do MIT com o MITx</i></td></tr>
</tbody></table>
</div>
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Você já deve ter ouvido falar do <a href="http://ocw.mit.edu/index.htm" target="_blank">MIT Open Curse Ware</a> (MIT OCW), que coloca o material de disciplinas do MIT (às vezes, vídeos completos) online, gratuitamente, na internet. Mas agora, o MIT resolveu dar um passo além e ir mais longe criando o <a href="http://mitx.mit.edu/" target="_blank">MITx</a>, um projeto que desenvolverá cursos inteiramente online (sim, porque os cursos OCW eram simples gravações de cursos presenciais), em um estilo semelhante ao da Khan Academy. Mas a maior inovação, no entanto, está no fato de que o MIT oferecerá certificação respeitável e séria a quem conseguir concluir os cursos "a um custo módico" e acessível. Você se inscreve no curso, estuda gratuitamente e é avaliado por sistemas automatizados de atribuição de notas. Se já estiver satisfeito, você já teve educação top de linha completamente gratuita. Se quiser ir além e documentar isso em seu currículo ou para mostrar a um empregador, você poderá obter um certificado, pagando uma pequena taxa (em um notícia li que ela seria variável de país para país, talvez em torno de "1/4 do salário mínimo de um país"). Na prática, isso significa que alunos pobres e sem recursos a partir de qualquer lugar do mundo poderão desfrutar da educação do MIT. As faculdades ruins (privadas ou públicas) que se preparem... </div>
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Além disso, a plataforma estará aberta a outras universidades que poderão organizar e oferecer seus próprios cursos através de contratos ou convênios com o MITx. </div>
<div style="text-align: justify;">
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Os certificados não serão conferidos pelo MIT, mas pela nova grife MITx (<a href="http://mitx.mit.edu/">http://mitx.mit.edu/</a>). Mas MITx não significará cursos mais fáceis, nem um MIT com colher de chá. Os cursos serão puxados, no mesmo nível dos cursos do MIT e você só vai ser aprovado se realmente assimilar aquele conhecimento. Também, a princípio (e provavelmente por muito tempo) não serão conferido diplomas de graduação pelo MITx, apenas certificados das disciplinas.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O melhor da notícia é que o projeto já começou e o primeiro curso começa
no dia 05 de março. Este curso piloto irá conferir o certificado aos
aprovados gratuitamente (os demais cursos, que logo se seguirão a este,
cobrarão apenas o certificado -- o estudo, inclusive os exercícios, será
sempre gratuito). Você pode obter mais informações e se inscrever no curso aqui:</div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://6002x.mitx.mit.edu/">https://6002x.mitx.mit.edu/</a></div>
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<b>Um pouco de aUdácia</b><br />
Se você, além das disciplinas de graduação e pós graduação, se interessa mesmo é por um diploma completo, não se preocupe. Uma empresa com mais audácia já está prometendo isso: a Udacity, que tem como um dos co-fundadores Sebastian Thrun.</div>
<div style="text-align: center;">
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</object></div>
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Thrun é um dos cabeças do "<a href="http://www.nytimes.com/2011/11/14/technology/at-google-x-a-top-secret-lab-dreaming-up-the-future.html?pagewanted=all" target="_blank">Google X Lab</a>", o lendário e secreto laboratório em que "são desenvolvidos os selvagens sonhos de futuro do Google" e onde ele desenvolve os carros robôs do Google que dirigem sozinho. Além disso, até recentemente Thrun foi professor de Stanford, onde lecionou a <a href="http://ai-class.com/">ai-class.com</a>, um turma aberta de Stanford que ensinou a dezenas de milhares de alunos pelo mundo afora um <a href="https://www.ai-class.com/" target="_blank">curso introdutório de inteligência artificial</a>. <br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnpMo6LZhVhrUsoR7dPWR4JakNQrKULVhUhHifFU2rXVPrzC_S3OomxHUKf6CYW-gn8v4EdqpnLimqj-TnULXpoE0JLmb-Bv8yCNQer6oOm6fYF0bYwzOQ7iMqWvKNe20meH3r-qlpXJRf/s1600/udacity.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnpMo6LZhVhrUsoR7dPWR4JakNQrKULVhUhHifFU2rXVPrzC_S3OomxHUKf6CYW-gn8v4EdqpnLimqj-TnULXpoE0JLmb-Bv8yCNQer6oOm6fYF0bYwzOQ7iMqWvKNe20meH3r-qlpXJRf/s1600/udacity.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>"Audácia, mais audácia, sempre mais audácia" (Danton). A Udacity, a startup que quer revolucionar a educação superior </i><br class="Apple-interchange-newline" /></td></tr>
</tbody></table>
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A grande repercussão da ai-class.com, <a href="http://www.msnbc.msn.com/id/46138856/ns/technology_and_science-innovation/#.TyG3dsVSR2g" target="_blank">mexeu com a cabeça de Thrun</a>: "<i>Você pode tomar a pílula azul e voltar a dar aulas expositivas para seus 20 alunos, mas eu tomei a pílula vermelha e vi Maravilhas</i>". Thrun resolveu largar de vez sua carreira de prfessor em Stanford (onde ele era um tipo de professor visitante e, segundo ele, já está pensando em sair mesmo para dedicar mais ao seu emprego no Google) para fundar a <a href="http://www.udacity.com/" target="_blank">Udacity</a>, uma empresa start up que promete revolucionar a educação, fornecendo educação de nível mundial gratuitamente (e, ao que parece, com certificação de custo reduzido) para todo o mundo. Thrun disse que também foi inspirado por Salman Khan e que a Udacity utilizará recursos semelhantes ao de Khan. Na prática, parece que a Udacity será uma espécie de Khan Academy privada e empresarial (a Khan Academy é uma instituição sem fins lucrativos), no modelo das empresas de tecnologias do Vale do Silício, que inovará na área de certificação <br />
Os dois primeiros cursos da Udacity começam anda este mês (fevereiro de 2012): um curso mais avançado sobre <a href="http://www.udacity.com/cs#373" target="_blank">como programar um carro robô</a> e um curso básico que promete ensinar a você o básico da <a href="http://www.udacity.com/cs#101" target="_blank">programação de computadores</a> em sete semanas, o suficiente para permitir-lhe construir "um engenho de buscas semelhante ao Google". Parece uma promessa grande demais. Mas essas pessoas costumam não brincar em serviço: no vídeo da Udacity é o próprio <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Sergey_Brin" target="_blank">Sergey Brin</a>, co-fundador do Google, que dá uma mãozinha como garoto propaganda. A empresa anunciou ainda outros 08 cursos online ainda este ano e teve a audácia de prometer <a href="http://www.aiqus.com/questions/36156/udacity-to-offer-entire-computer-science-curriculum-and-certification-services-so-that-an-entire-degree-can-be-obtained-online" target="_blank">um curso de graduação completo de ciência da computação à distância (inteiramente online) e certificado</a>. <br />
Ainda não está claro como a Udacity vai ganhar dinheiro com a iniciativa. Uma das formas anunciadas é que ela irá funcionar como uma espécie de intermediadora de mão de obra qualificada. Ela cobraria de empresas clientes (como o próprio Google) para fornecer-lhes contato com alunos excepcionais em seus cursos (ou seja, além de estudar de graça, você ainda corre o risco de ganhar um emprego em uma empresa de tecnologia). Além disso, provavelmente desenvolverá um modelo freemium semelhante ao do MITx: cursos e avaliações são gratuitas, porém valores módicos são cobrados pela certificação. Como estamos falando de uma escala de centenas de milhares de alunos, a empreitada pode se tornar sustentável e até bastante lucrativa. <br />
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<b>Falta-lhe base para fazer esses cursos?</b><br />
Que tal começar com a <a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com/2011/06/khan-academy-e-desigualdade-da-educacao.html" target="_blank">Khan Academy</a>? Você pode usar os vídeos da Khan Academy tanto para estudar matemática e outras disciplinas como para desenvolver seu inglês. Também pode usar vários outros recursos online, como o software Rosetta Stone, <a href="http://duolingo.com/">duolingo.com</a>, e (o que mais funcionou para mim, que já tinha alguma base da gramática inglesa), assistir a palestras TED com legenda em inglês e estudando o vocabulário (você pode assistir as palestras em português, para conseguir a compreensão e, depois, estudá-las em inglês e ir estudando o vocabulário e memorizando-o com uso de softwares que ajudam a memorização de conteúdos, como o <a href="http://ankisrs.net/" target="_blank">anki</a>.<br />
Outra excelente notícia é que a <a href="http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues" target="_blank">Fundação Lemann</a>, em parceria com o Iinstituto Península e o Instituto Natura <a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com/2011/07/khan-academy-comecaram-as-legendas-em.html" target="_blank">começou a dublar os vídeos da Khan Academy</a>, com dublagem profissional. E, assim como na Califórnia e em outros lugares dos EUA, o projeto da Fundação Lemann e seus parceiros pretende levar a Khan Academy para dentro das salas de aula de escolas brasileiras, em um experimento para tentar aprimorar a educação (mais informações: <a href="http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/nas-escolas.php">http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/nas-escolas.php</a>).<br />
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Então, o que você está esperando para começar adquirir conhecimento para enfrentar os grandes problemsa do século XXI? <br />
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<b>Para saber mais</b>:<br />
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<li><a href="http://mitx.mit.edu/">http://mitx.mit.edu/</a></li>
<li><a href="http://www.udacity.com/">www.udacity.com</a> </li>
<li><a href="http://www.youtube.com/watch?v=SkneoNrfadk&feature=player_embedded" target="_blank">DLD 2012 - University 2.0</a></li>
<li><a href="http://www.nytimes.com/2011/12/19/education/mit-expands-free-online-courses-offering-certificates.html">http://www.nytimes.com/2011/12/19/education/mit-expands-free-online-courses-offering-certificates.html</a></li>
<li><a href="http://www.i-programmer.info/news/150-training-a-education/3658-sebastian-thrun-resigns-from-stanford-to-launch-udacity.html" target="_blank">http://www.i-programmer.info/news/150-training-a-education/3658-sebastian-thrun-resigns-from-stanford-to-launch-udacity.html</a></li>
<li><a href="http://www.geekosystem.com/sebastian-thrun-udacity/" target="_blank">http://www.geekosystem.com/sebastian-thrun-udacity/ </a></li>
</ul>
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<br /></div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-35573977784487193742012-02-01T06:06:00.000-08:002013-04-09T03:51:05.926-07:00O que é a singularidade? Como seria vivenciar a singularidade?<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw-yHr40Sm8L7Cb5lrNBCp_xWani09vMoI26g2-uAgehRrAlkABJcmtti27djwMK5NwMPn-C5PvMjBK4Ol1GxfnjqsMSGe5o6vw_RTxdlVGQbQk__836rMXjz9SmY1TSKPezgvjc93Sk3k/s1600/scale_of_intelligence.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="122" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw-yHr40Sm8L7Cb5lrNBCp_xWani09vMoI26g2-uAgehRrAlkABJcmtti27djwMK5NwMPn-C5PvMjBK4Ol1GxfnjqsMSGe5o6vw_RTxdlVGQbQk__836rMXjz9SmY1TSKPezgvjc93Sk3k/s400/scale_of_intelligence.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Escala de Inteligência: rato, chimpanzé, um idiota, Albert Einstein e, finalmente, uma superinteligência artificial capaz de aprimorar a si própria. </i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://singinst.org/media/interviews/peternorvig" target="_blank"><b style="color: black;"><u>Excelente entrevista</u></b></a> (em inglês, sem legendas) de <a href="http://norvig.com/bio.html">Peter Norvig</a>
sobre a plausibilidade da singularidade. É a entrevista mais equilibrada sobre o assunto que já vi. Peter Norvig escreveu o livro mais famoso do
mundo sobre Inteligência Artificial e, além disso, é professor em
Stanford e diretor de pesquisas no Google. Eis o link da entrevista: <br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://singinst.org/media/interviews/peternorvig">http://singinst.org/media/interviews/peternorvig</a></div>
</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Embora de natureza especulativa, a hipótese da singularidade é intelectualmente instigante e levanta muitas questões interessantes. Em um exercício lúdico, poderíamos, por exemplo, perguntar: como nós, seres humanos, nos <b>sentiríamos </b>diante da ocorrência da singularidade? Como poderíamos representar visualmente a "sensação" de vivenciar a singularidade, assistir a "decolagem" de máquinas cuja capacidade de comunicação e pensamento estariam muito além de nossa imaginação? Como seria essa sensação de ser "deixado para trás", essa incapacidade de compreensão de uma linguagem possivelmente muito mais rica e rápida? Eis o meu palpite: se algum dia algo semelhante a singularidade tecnológica ocorrer, acho que poderíamos comparar às sensações experimentadas por uma ser humano "não aprimorado" a deste astronauta:</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://youtu.be/ou6JNQwPWE0">http://youtu.be/ou6JNQwPWE0</a></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para quem procura por argumentos aprofundados sobre a possibilidade da singularidade, eis um bom começo:</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://annasalamon.com/">http://annasalamon.com/</a></div>
<div style="text-align: center;">
<a href="http://consc.net/papers/singularity.pdf">http://consc.net/papers/singularity.pdf</a><br />
<br />
<div style="text-align: left;">
E uma explicação bem didática da ideia da singularidade:</div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/mgnDWs8GAP0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-36521069016749418752012-01-01T14:00:00.000-08:002012-03-29T09:19:00.627-07:00Fique vivo: não entre com doçura nessa noite acolhedora<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/uh15iVD1cgI?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="http://i.ytimg.com/vi/V_m7nywMrOs/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/V_m7nywMrOs?version=3&f=user_uploads&c=google-webdrive-0&app=youtube_gdata" />
<param name="bgcolor" value="#FFFFFF" />
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<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
A palestra acima de Joe Betts-Lacroix no TEDxSF (San Francisco - Califórnia) em 2011 intitulada "<i>Fique vivo: não entre com doçura nesta noite acolhedora</i>" realmente ressoou em mim. Acho que esse é o espírito!<br />
<br />
Resolvi legendá-la em português. Afinal, são 200 milhões de pessoas que falam português no mundo e precisam ter ao menos a oportunidade de poder conhecer o assunto.<br />
<br />
<b>Se você concordar com as ideias desta palestra, divulgue-a</b>. Os obstáculos culturais <b>não </b>são menores que os desafios científicos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjALX-TS3JSMW4nZlAVxbCyTZ8da56KqV0DZgZ1cL9ICraDbuEkZwYDjwoeVfStIuCE5Y0QHpnoaQyEBIhTVx8_hxNIH7vGiGYlWlUO_3xByg93nHr8jOSY_KzDZQLbcPf6iu27BO_m5Iur/s1600/halcyon.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjALX-TS3JSMW4nZlAVxbCyTZ8da56KqV0DZgZ1cL9ICraDbuEkZwYDjwoeVfStIuCE5Y0QHpnoaQyEBIhTVx8_hxNIH7vGiGYlWlUO_3xByg93nHr8jOSY_KzDZQLbcPf6iu27BO_m5Iur/s320/halcyon.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Halcyon Molecular: a empresa "start up" que quer transformar a biologia em uma ciência da informação com vistas a curar doenças e estender o tempo de vida dos seres humanos.</i> </td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Lembro-me de uma notícia veiculada no Yahoo! este ano sobre o Aubrey de Grey e a cura do envelhecimento. Não consegui achar a notícia original com os comentários, mas lembro de alguns comentários de cabeça. Havia dezenas de comentários e quase todos negativos. As pessoas argumentavam coisas do tipo: "Se as pessoas viverem 1000 anos, não teremos como aposentar" ou "se não envelhecermos, a previdência social vai quebrar" ou ainda "o governo vai roubar ainda mais dinheiro da gente" e "se descobrirem a fonte da juventude, políticos como o Sarney nunca sairão do poder".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
É um privilégio poder assistir o cérebro dos internautas funcionando a todo vapor! Quanta preocupação cívica com o INSS! Os brasileiros são tão patriotas a ponto de preferirem a própria morte à falência da previdência social (eu preferiria esquecer a aposentadoria e ser produtivo pelos séculos a fora). Uma lição de patriotismo abnegado para o resto da humanidade. A Dinamarca e a Suécia devem estar morrendo de inveja.<br />
<br />
E a preocupação com a política? Os internautas, nos mesmos comentários desta notícia, diziam que é melhor todo mundo morrer "para que o Sarney também morra", a existir uma cura para o envelhecimento que beneficie a todos. Colocam (obviamente, só em um fantasioso comentário na internet) a participação política acima de suas próprias vidas. E, ainda, preferem condenar não só uma, mas todas as pessoas boas e criativas (nem Albert Einstein ou Fernando Pessoa escapariam se estivessem vivos!) só para garantir que os corruptos também morram. Ora, não seria mais fácil deixar de votar nos corruptos ou mudar o sistema político? Ou derrubá-los como fizeram os árabes? Também se esquecem que os corruptos possuem filhos, netos, irmãos etc. que rapidamente os substituem. Os corruptos podem ser mortais, mas a corrupção é perene.<br />
<br />
Em resumo: as dificuldades culturais são enormes. Como Einstein disse, "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito" e há muito preconceito quanto ao tema superlongevidade e combate ao envelhecimento. Além da religião falar que não há problema algum e que o céu fica depois da morte, mesmo quem não é religioso sustenta que não seria uma boa ideia com base nesse tipo de fundamentação.<br />
<br />
Uma razão mais preocupante sobre as consequências da superlongevidade diz respeito à escassez de recursos e a quantidade de gente que o planeta terra suporta. Mas é preciso considerar que as taxas de natalidade se reduzem drasticamente quando um país atinge certo nível de desenvolvimento e, o principal: não há um único habitante na Lua, nem em Marte ou nas luas de Júpiter. Definitivamente, há muito espaço no céu. E já há gente séria prometendo colocar "milhões de pessoas" em Marte: <a href="http://www.newscientist.com/article/mg21228433.000-ill-put-millions-of-people-on-mars-says-elon-musk.html">http://www.newscientist.com/article/mg21228433.000-ill-put-millions-of-people-on-mars-says-elon-musk.html</a><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXTcqXaWj9Fi0YrdQzOdxsAA7yQp9tGBRrijScj_hhrIqW9HH2a62EMzhYyg0ImRm_T9T5LUQkX6v9Xbv-psuuOLtGC_p9gc88VES2vyiymUqsj9Hhi9EJ8XtpgDZP52S6OzdW_mew80l8/s1600/mars-colony.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXTcqXaWj9Fi0YrdQzOdxsAA7yQp9tGBRrijScj_hhrIqW9HH2a62EMzhYyg0ImRm_T9T5LUQkX6v9Xbv-psuuOLtGC_p9gc88VES2vyiymUqsj9Hhi9EJ8XtpgDZP52S6OzdW_mew80l8/s320/mars-colony.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Você acha que não caberia tanta gente no planeta se houvesse uma cura para o envelhecimento? Que tal mandar o excedente para explorar Marte?
</td></tr>
</tbody></table>
Acho que por isso a causa do combate ao envelhecimento mexe comigo. É que é me parece algo tão óbvio, tão plausível e, ao mesmo tempo, tão ignorado (ou combatido) que me causa espanto. Você vê toda a preocupação e sofrimento em relação às doenças, mas nenhuma preocupação em relação à esta grande doença-mãe que é o envelhecimento. Assim, divulgar esse ponto de vista alternativo é essencial.<br />
<br />
Eis o poema de Dylan Thomas a que Joe Betts-Lacroix se refere (traduzido do inglês por Ivan Juqueira):<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr align="center"><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicTM4BZ0VEYN09cxSGGAfashvGFRV8O2OQ2sJsHFQtNdRlP2DiggTpLAzodgIbl-lkgmx-gUHcj2iBANMFqG88391NnZrH0ZzXvH_9qqvfbMhOLgU9BXbCXcTKp583ttUpmazeKn8m8BzN/s1600/dylan-thomas-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicTM4BZ0VEYN09cxSGGAfashvGFRV8O2OQ2sJsHFQtNdRlP2DiggTpLAzodgIbl-lkgmx-gUHcj2iBANMFqG88391NnZrH0ZzXvH_9qqvfbMhOLgU9BXbCXcTKp583ttUpmazeKn8m8BzN/s320/dylan-thomas-2.jpg" width="237" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O poeta Dylan Thomas por ocasião da morte de seu pai: "Não entres nessa noite acolhedora com doçura"</i></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><br /></td><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<b>Não Entres Nessa Noite Acolhedora Com Doçura</b><br />
<br />
“Não entres nessa noite acolhedora com doçura,<br />
Pois a velhice deveria arder e delirar ao fim do dia;<br />
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.<br />
<br />
Embora os sábios, ao morrer, saibam que a treva lhes perdura<br />
Porque suas palavras não garfaram a centelha esguia,<br />
Eles não entram nessa noite acolhedora com doçura.<br />
<br />
Os bons que, após o último aceno, choram pela alvura<br />
Com que seus frágeis atos bailariam numa verde baía<br />
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.<br />
<br />
Os loucos que abraçaram e louvaram o sol na etérea alvura<br />
E aprendem, tarde demais, como o afligiram em sua travessia<br />
Não entram nessa noite acolhedora com doçura.<br />
<br />
Os graves, em seu fim, ao ver com um olhar que os transfigura<br />
Quanto a retina cega, qual fugaz meteoro, se alegraria,<br />
Odeiam, odeiam a luz cujo esplendor já não fulgura.<br />
<br />
E a ti, meu pai, te imploro agora, lá na cúpula obscura,<br />
Que me abençoes e maldigas com a tua lágrima bravia.<br />
Não entres nessa noite acolhedora com doçura.<br />
Odeia, odeia a luz cujo esplendor já não fulgura.”</div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-82246222256640937562011-12-31T12:01:00.000-08:002012-09-19T06:55:49.496-07:00Feliz 2012! (e pausa no blog)<div style="text-align: justify;">
Em primeiro lugar, <b>um feliz 2012 para todos</b>. Que seja um ano de crescimento, realizações e florescimento! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
* * * </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quase um ano e meio blogando. Foi um projeto divertido. Ao invés de ser considerado doido varrido por amigos e parentes, uma oportunidade de trocar ideias com quem partilha de uma visão de mundo semelhante. Ao invés de uma conversa de bar restrita à falível memória de 4 ou 5 pessoas, você conversa com milhares de pessoas -- perpetuamente. Quando vi que tinha mais gente que o esperado "ouvindo" a conversa, tentei melhorá-la um pouco. Um blog é uma experiência legal, recomendo a todos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Troquei e-mails com pessoas muito legais. Muitos comentários interessantes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tentar traduzir textos e legendar palestras deu uma turbinada no meu inglês. Antes de tentá-lo, nem achava que conseguiria (uma dica para seu inglês, se você também acha que não dá conta: assistir palestras do TED em português e, depois, em inglês, estudando 3 ou 4 palavras novas por palestra). Mas em 2012 tenho alguns grandes desafios profissionais para enfrentar e precisarei de cada minuto e da atenção focada apenas nestes projetos. Assim, <i>provavelmente</i> não haverá mais posts em 2012, a não ser posts automaticamente agendados. Mas, se tudo der certo, em 2013 estaremos aí. E se a singularidade ocorrer prematuramente 2013, quebro esse jejum blogueiro para dar plantão :)<br />
<br />
Assim é a vida: não tem como pausá-la. É preciso viver e lançar hipóteses sobre a vida pelo caminho. E eu aprendi ou refleti melhor sobre muita coisa desde que comecei a blogar. Blogar é como pensar alto ou pensar por escrito. Eis algumas delas:<br />
<br />
1. O transhumanismo é mais um conjunto de objetivos que uma filosofia sistematizada. Eu simpatizo com ele porque, de um lado, não quero (nem consigo) me iludir com crenças religiosas, esotéricas, místicas etc. (embora algumas dessas práticas possam até ser importante para, por exemplo, cultivar o desapego e a relativização do ego). Em uma sociedade em que a vida é dura e a educação é péssima, a religião, mesmo a religião tradicional (ex: evangélicos), pode ter uma função para a maioria das pessoas, já que elas não tem substitutos melhores. Não há grupos de professores de ética ou psicologia positiva tentando substituir pastores nas periferias brasileiras. A televisão está basicamente preocupada em atiçar desejos consumistas com programas bobocas intercalados com comerciais que prometem tornar seus cabelos cinematograficamente sedosos.<br />
Minha avó é uma pessoa de fé e não vejo problema nenhum nisso. É o melhor que estava ao alcance dela e toda a vida dela está estruturada nisso. Por outro lado, acho imoral uma pessoa que teve melhores oportunidades educacionais, que tem um bom raciocínio, utilizar histórias consoladoras da religião – e ensiná-la a seus filhos. Podemos fazer algo melhor. Por isso eu acho que o espiritismo, que é muito popular no Brasil e tem muitos adeptos na classe média e classe média alta, é mais prejudicial que o barulhento movimento evangélico. São pessoas que poderiam estar dando alguma contribuição, que têm recursos. Com o propósito de tornar as pessoas mais relaxadas diante da angústia existencial, a religião desvia recursos e atenção, colocando-se no caminho das soluções reais. <br />
<br />
2. Se a religião é uma má solução, o pessimismo niilista da cultura intelectual moderna e pós-moderna não é uma alternativa para mim. Simplesmente não me sinto atraído em curtir uma fossa na beira do abismo, nem pelo tipo de comportamento às vezes autodestrutivo e negligente que resulta dessas crenças. “Ah, a condição humana é uma miséria...", “o melhor que alguém pode conseguir na vida é não ter nascido” (Schopenhauer). A questão é que já nascemos e<i> já estamos vivos</i> e, se a condição humana tem aspectos deprimentes, por que não tentar fazer algo para melhorá-la, ao invés de consumir energias lamentando-se? Talvez não dê tempo para desfrutarmos dessas conquistas. Deixemos, então, de presente, às futuras gerações. A essência de ser humano é superar desafios e, pela cultura, avançamos mais rapidamente que a própria evolução. Sobre esse pessimismo desiludido moderno, eu diria: em comparação com as filosofias antigas, as filosofias modernas, além de elitistas (destinadas a guetos acadêmicos crescentemente especializados) são meio doentias (lembrando o aspecto visual da arte no século XIX, que <a href="http://www.ted.com/talks/steven_pinker_chalks_it_up_to_the_blank_slate.html">abandonou o ideal da beleza</a>). Os antigos estavam preocupados em uma maneira de viver bem a vida. Muitos modernos, pelo contrário, parecem ter se especializado em generalizar para toda a humanidade suas visões de mundo construídas, além dos problemas da condição humana, a partir de catástrofes pessoais (rejeição amorosa, fracasso acadêmico ou editorial, problemas financeiros, tuberculose etc.), históricas (guerras mundiais, holocausto etc.) e da inabalável crença de que as coisas nunca melhorarão. Sinceramente, eu acho que a humanidade não vai ficar muitos séculos ruminando “como a condição humana é miserável”. Muito antes, os seres humanos vão alterar a própria condição humana e vão se tornar um pouco mais “divinos”. <br />
<br />
3. Muito antes das pessoas se tornarem “divinas”, terão que se esforçarem para se tornarem sábias. Porque mesmo que a tecnologia crie um paraíso secular, escolhas morais equivocadas poderão transformar o céu em um inferno. Ou, destruindo tudo, poderão transformar o céu no nada. A boa notícia é que já possuímos muitas ferramentas e reflexões para tentarmos nos aprimorar moralmente. As filosofias antigas (e muitas reflexões modernas), como o estoicismo, o epicurismo e o budismo podem ter algo a nos ensinar. Não eram desenvolvidas para alimentar teses e carreiras acadêmicas, mas para proporcionar para as massas ferramentas para uma boa-vida. E permitir que a “marcha dos seres humanos” siga em frente...<br />
<br />
4. Se queremos ser felizes, devemos entender também que a felicidade não está sujeita apenas a fatores externos (mas eu não vou ao ponto de afirmar que esses não importam nada). Em larga medida, a felicidade, o bem-estar, é subjetiva. E não se dar conta disso é jogar fora boas oportunidades para viver com bem-estar aqui e agora e gozar de melhor saúde. E ter a autodisciplina para se mover firmemente para dar sua contribuição para transformar as coisas. <br />
<br />
5. Ao deixarem de ser atraídas pela religião, pessoas procuram por sentido. E porque isso ocorre? Por que as crianças indagam absolutamente sobre tudo, mas não se preocupam com o sentido da vida? Eis o que o grande cineasta Stanley Kubrick sugere: “<i>As crianças, é claro, começam a vida com um sentimento de admiração imaculada, a capacidade de experimentar a alegria total com algo tão simples como o verde de uma folha. Mas, à medida que envelhecem, a consciência da morte e da decadência começa a interferir com a sua consciência e sutilmente corroem sua alegria de viver, seu idealismo - e sua hipótese da imortalidade. À medida que uma criança amadurece, ela vê morte e dor em todos os lugares ao seu redor, e começa a perder a fé na bondade superior do homem</i>.” A solução, para mim, para o problema da falta de sentido da vida não reside tanto em tentar encontrar encontrar um sentido inato para a vida (porque a vida simplesmente parece não ter nenhum sentido inato obrigatório, a não ser os sentidos artificiais que cada um conferir a sua própria vida). A solução, para mim, está em dar <i>um passo para atrás</i> <i>e perguntar porque nos perguntamos "qual o sentido da vida?"? </i>Se é o sofrimento e a ansiedade diante da morte, da perda, das injustiças, dos fracassos e das doenças nos fazem indagar por um sentido da vida, então uma boa maneira de resolver o problema é usar o que está a nossa disposição para não sermos abalados por circunstâncias externas e, ao mesmo tempo, caminhar rumo à alteração dessas condições externas que nos fazem sofrer tanto. Um paraíso secular pode não dar um sentido para a vida. Mas poderia eliminar as condições que nos fazem buscar um sentido, de modo que a pergunta “qual o sentido da vida?” não faria qualquer sentido. Nos tornaríamos mais como crianças: veríamos uma existência de encanto e maravilhamento pelos segredos e mistérios do Cosmo. <br />
<br />
7. A curto prazo, outro recurso cognitivo importante é: ao deixar de acreditar em um Deus pessoal, que ouve nossas preces, pune nossos inimigos e nos dá presentes, não devemos colocar nosso ego, nossa personalidade, no lugar antes ocupado pela divindade. Porque tudo conspira contra a ideia de que nosso ego seja o centro do Universo. Ao contrário: somos frágeis e, em escala cósmica e mesmo em escala social, insignificantes, embora capazes de causar impactos positivos e negativos no mundo. Eu gostaria de ver esse ponto de vista ser mais explorado pelo transhumanismo. O desequilíbrio da balança para o lado do ego e do individualismo torna sua atmosfera um pouco asfixiante. Para mim é melhor tentar ver as coisas de uma perspectiva panorâmica, tentar perceber o fluxo da vida e a marcha humana "do alto do próprio eu". E, ao invés do ego, tentar identificar-se como uma gota do caudaloso rio do fluxo da vida, uma pegada na emocionante marcha dos <i>homo sapiens</i>. Além de muito mais plausível, isso nos ajuda e enxergar melhor nossos deveres e a nos conectar com algo maior que nós mesmos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
8. Toda vez que leio sobre livros da antiguidade (obras perdidas de Sófocles, Aristóteles etc.) que se perderam para sempre, sinto uma pontadinha no coração. Perder um livro para sempre é algo que nunca deveria acontecer. E cada pessoa viva, além de ser uma instanciação do fluxo da vida, é também semelhante a um livro único: um conjunto de memórias e registros do mundo a partir de uma perspectiva única. Cada pessoa é um romance único que deveria ser preservado. E, esta é uma das razões pela qual simpatizo com o transhumanismo: é preciso também apreciar as pessoas, na sua individualidade, assim como apreciamos a singularidade de um floco de neve. Detalhe: as pessoas são microcosmos muito mais ricos e interessantes que um floco de neve ou um livro. A outra razão pela qual me identifico com o transhumanismo é que eu acho uma sacanagem cósmica a evolução ter criado seres mortais, com um forte instinto de sobrevivência lapidado por 4 bilhões de anos de evolução, e, ao mesmo tempo, conscientes da morte. É um tremendo bug. E a melhor solução que os seres humanos encontraram para esse problema foi a religião. Só que a religião, em um ambiente de livre circulação de informação, funciona bem apenas com os crédulos. Quem não consegue praticar bem a arte do "autoengano", fica de fora de seus benefícios. Pode-se argumentar que é possível treinar a mente para aceitar as coisas como são e não deixar se abalar por isso. Eu acho que esse é um bom remédio provisório, um paliativo, que deve ser utilizado enquanto caminhamos rumo às soluções reais. Mas talvez a grande maioria das pessoas nem tenha nervos fortes o bastante para isso. E talvez seja um fenômeno natural que todos seres senscientes, conscientes da morte e intelientes, inclusive em outros cantos do Universo (se existirem), usem a tecnologia para redesenharem melhor a própria condição. A matéria produz vida. A vida produz consciência. A consciência torna-se inteligente e percebe os problemas envolvidos com seu substrato biológico (consciência da própria mortalidade). E usa a tecnologia para alterar o mundo e a si própria e transcender essa condição. E, também, para melhor se situar no eixo bem-estar/sofrimento (sistemas opióide e dopamínico).</div>
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Esses são os fios mais grossos da minha teia de crenças, do que considero ser uma visão plausível da Vida, do Universo e de Tudo Mais. </div>
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Para terminar, então, esta fase deste blog, publico no próximo post uma excelente palestra de <a href="http://www.linkedin.com/in/bettslacroix" target="_blank">Joe Betts-Lacroix</a>. Essa palestra realmente ressoou em mim e, por isso, me dei ao trabalho de legendá-la para que mais pessoas possam se beneficiar dela. É uma palestra bela e inspiradora. E, se você gostar dela também, faria um bem em divulgá-la. </div>
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Além deste próximo post com a palestra de Joe Betts-Lacroix, eu agendei no Blogger alguns posts que já tinha quase prontos. Tem um bom post sobre literatura de autoajuda e psicologia positiva. E, ainda, alguns posts automáticos com algumas de minhas TED Talks favoritas. Só para não ficar absolutamente parado. Fora estes posts automáticos agendados no blogger, ficará tudo parado.</div>
Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-51561626489019914692011-12-31T10:30:00.000-08:002011-12-31T10:32:37.466-08:00Lições morais de um homem que não morria<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/oOnOSIJplEE?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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Como as pessoas se comportariam se pudéssemos viver séculos? Morreríamos de tédio? Viveríamos só pelos prazeres sensuais e adrenalina? Aprenderíamos a nos comportar bem? Destruiríamos tudo na tentativa de encontrar significado? A vida se tornaria um inferno? Um paraíso? Procuraríamos florescer?<br /><br />Ninguém sabe e será preciso experimentar para ver no que dá. <br /><br />Mas você pode fazer um divertido experimento mental assistindo o filme "Feitiço do Tempo" (Groundhog Day Trailer - 1993). Recomendo.</div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-45507009910981542332011-12-31T10:21:00.000-08:002011-12-31T10:22:25.671-08:00O que a "Marcha dos Pinguins" tem a ver com a gente?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/BfJOmeGd5BA?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
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Estava na locadora e, por absoluta falta de opção, acabei escolhendo o filme "A Marcha dos Pinguins". Até me surpreendi ao ver que o filme havia sido premiado. "O que um filme sobre pinguins pode acrescentar à vida de alguém?" -- pensei.<br />
<br />
O filme me surpreendeu. E me levou a perguntar: por que o filme "A Marcha dos Pinguins" é tão bonito? Por que a história dessas aves bípedes desengonçadas chega a ser comovente?<br />
<br />
É porque essa marcha não é dos pinguins. É a marcha de todos os animais sencientes, que lutam para sobreviver. É, portanto, também a marcha dos seres humanos.</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs4EV-FR1kJ0PlFLUEpMgP68B7_aw8txAB4mXv4aGKtnpMGXpikD42Km54f0XXrkU-ZAWtkwPpis5Sf3P6BSq5jggmGcFRNsbBo8im43wlq8n2JD7BOz4DI_df4Zx9MM5KzjfENuT33eBN/s1600/marcha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs4EV-FR1kJ0PlFLUEpMgP68B7_aw8txAB4mXv4aGKtnpMGXpikD42Km54f0XXrkU-ZAWtkwPpis5Sf3P6BSq5jggmGcFRNsbBo8im43wlq8n2JD7BOz4DI_df4Zx9MM5KzjfENuT33eBN/s1600/marcha.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A incrível jornada dos seres senscientes para produzir mais vida.</td></tr>
</tbody></table>
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A marcha dos humanos têm uma vantagem e uma desvantagem em relação a marcha dos pinguins. A desvantagem é que os seres humanos, exceto quando estão bem anestesiados pela religião, temos <a href="http://www2.psych.ubc.ca/%7Eara/Manuscripts/AtranNorenzayanBBS.pdf" target="_blank">consciência da morte e da própria decadência</a>, o que gera ansiedade e questionamento pelo sentida da vida em razão da própria mortalidade.<br />
<br />
A vantagem dos seres humanos é possuímos cultura (incluindo aí ciência e tecnologia) e, a cada geração, a marcha dos humanos é um pouquinho diferente. E chegará um momento em que os seres humanos redesenharão completamente a própria marcha, procurando se libertar de todos (ou atenuando-os) os aspectos da condição animal que geram sofrimento e ansiedade. Talvez seja esse o destino da evolução: a matéria produz vida, a vida torna-se inteligente e consciente da própria condição. Para não sucumbir à tristeza e ansiedade, a vida inteligente imagina paraísos (religião) e, gradualmente, se move para tentar alterar o meio ambiente e sua própria condição para aproximá-los de suas fantasias e libertar-se dos limites arbitrários e cegos impostos pela evolução. Como pontuou Richard Dawkins: "É muito plausível que no universo existam criaturas semelhantes a deuses. É muito importante entender que esses deuses foram feitos por um explicável progresso científico de evolução incremental."<br />
<br />
Vale a pena conferir este filme. </div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-63354242123798362962011-12-18T14:46:00.000-08:002012-03-29T08:41:12.936-07:00O jogo da vida: estoicismo como gameficação do viver<div style="text-align: justify;">
<em>“Como manter a mente saudável quando o mundo está doente?” </em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em>“Como ser uma boa pessoa quando o mundo é corrupto?”</em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em>“Como se manter livre em um mundo que quer nos escravizar?”</em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em>“Como ser feliz diante do sofrimento e das ansiedades da vida?”</em></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Essas foram as questões com que os estoicos se deparavam e tentavam solucionar. A solução, para eles, era usar a Razão (já que o traço de nossa natureza que mais nos distingue dos outros animais é a racionalidade) para eliminar as emoções negativas (tristeza, ira, ansiedades etc.) e atingir a felicidade, esta entendida como um estado de bem-estar psicológico constante, uma alegria serena e imperturbável por circunstâncias externas, que se mantém firme e indiferente ao mundo externo (ao contrário da conotação que o adjetivo “estoico” adquiriu com o tempo, os estoicos não defendiam exatamente a eliminação de todas as emoções, mas sim a eliminação das emoções <em>negativas</em>). </div>
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<br /></div>
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O professor Luke Johnson, em seu curso "<a href="http://www.thegreatcourses.com/tgc/courses/course_detail.aspx?cid=4473">Practical Philosophy: The Greco-Roman Moralists</a>" ensina que o ponto de partida para os estoicos é ter</div>
<div style="text-align: justify;">
<em>“uma mente sadia, estar em posse constante de sua sanidade. Em outras palavras, <strong>você tem que começar por ser uma criatura racional</strong>.(..) Note que os estóicos davam uma tremenda atenção ao poder da mente de perceber e moldar a realidade. (...) Você tem que começar por controlar sua própria razão. <strong>Se a razão é o seu instrumento de controlar sua vida e bem-aventurança, então você precisa ser capaz de controlar a sua razão</strong>. Assim, ele [Sêneca] aconselha seu irmão a libertar sua mente das opressões, porque essa é a única maneira de aprender alguma coisa. Você tem que envolver o mundo com sua mente. No entanto, ele diz, assim como Zeus, assim como os deuses, é preciso puxar a mente para trás de volta e manter o controle sobre ela. <strong>Não perca sua mente no mundo</strong>.” </em></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLcjkYx9WN_vc9eg1IL7mBQd5tZI5msT9SvEsjAwIt6ERzNISrmK03XUWf2Jpa6B2hkBSiGMay8nG5HfaLP1rLDprsx51pLYWiEt-b4ktLeZVSfVx7zSSCTdRkXCaIs_EWiUOdxDmN7Ae4/s1600/michel-daw-stoic-symbol-original.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLcjkYx9WN_vc9eg1IL7mBQd5tZI5msT9SvEsjAwIt6ERzNISrmK03XUWf2Jpa6B2hkBSiGMay8nG5HfaLP1rLDprsx51pLYWiEt-b4ktLeZVSfVx7zSSCTdRkXCaIs_EWiUOdxDmN7Ae4/s320/michel-daw-stoic-symbol-original.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>Um símbolo estoico moderno, desenhado por Michel Daw enfatizando a racionalidade (e</em><em>spiral de Fibonacci</em><em>) e a ideia aristotélica da virtude como o "meio de ouro".</em> </td></tr>
</tbody></table>
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Os estoicos dividiam seus estudos em lógica, física e ética. A lógica abrangia o estudo do raciocínio e da lógica formal. Eles se interessavam pela lógica porque entendiam que é preciso saber racioniar corretamente e para isso, dominavam a lógica formal. O estudo da física abrangia as ciências naturais e também explicações metafísicas sobre o Universo. Eles acreditavam que o universo chegaria ao fim em sucessivas conflagrações em que estrelas colidem com estrelas e tudo é destruído e apagado por uma série de incêndios, dando ensejo a novos mundos e a renovação da vida (convenhamos, embora sejam apenas chutes, os estoicos até que chegaram perto da astrofísica moderna).</div>
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<br />
Mas a ênfase, principalmente entre os romanos, era o estudo da ética, que tinha o objetivo de ensinar o filósofo a se sentir bem (maestria sobre pensamentos e emoções) e a agir bem (praticar as virtudes). Os estoicos defendiam que podemos eliminar nossas emoções negativas controlando a forma como percebemos os fatos e as circunstâncias externas, mesmo quando não podemos alterá-las. Muitas vezes, não há como mudar as circunstâncias externas, mas podemos mudar o julgamento que fazemos delas de modo a não permitir que estas circunstâncias nos façam experimentar sentimentos negativos. É como se os estoicos quisessem criar entre as circunstâncias externas e nosso eu interno uma camada cognitiva protetora capaz de processar primeiro as circunstâncias externas, permitindo ao eu interno desfrutar de bem-estar independentemente do que lhe ocorresse. E é este estado de bem-estar interno e não a satisfação de desejos escravizantes ("quanto mais desejos você tiver, a mais senhores terá de servir") que o verdadeiro filósofo deveria buscar. Esse estado interno é conseguido tanto pelo controle das "percepções" (crenças, julgamentos) quanto pela prática da virtude.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Mas o estoicismo não era uma filosofia centrada apenas no indivíduo ou no individualismo. Para os estoicos, a busca da própria tranquilidade interior não os eximia de cumprirem seus deveres sociais e, por isso, geralmente criticavam os epicuristas: não é possível abandonar os deveres sociais para viver em alegria em companhia apenas dos amigos tocando violão. É preciso cumprir seus deveres sociais e aprender a ser feliz no meio da confusão e dissabores da vida em sociedade -- porém, sem se perturbar com eles. "<em>Começa cada dia por dizer a ti próprio: Hoje vou deparar com a intromissão,<br />a ingratidão, a insolência, a deslealdade, a má-vontade e o egoísmo — todos devidos à ignorância por parte do ofensor sobre o que é o bem e o mal</em>." Seria de se esperar um modo de pensar assim em um escravo, a todo momento insultado e humilhado. Mas estas são as palavras do imperador Marco Aurélio, que se notabilizou pela prática do estoicismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Sobre os estoicos recai o rótulo de resignados ou passivos diante do mundo. Segundo <a href="http://williambirvine.com/">William B. Irvine</a>, em seu livro “<a href="http://www.amazon.com/Guide-Good-Life-Ancient-ebook/dp/B0040JHNQG">A Guide to the Good Life: the Ancient Art of Stoic Joy</a>” (que recomendo bastante) é um engano pensar que os estoicos seriam defensores do fatalismo e da passividade, já que, na prática, observa-se que os estoicos estavam constantemente envolvidos em asuntos públicos e, na busca do cumprimento do que entendiam ser seus deveres, muitas vezes se sujeitavam a exílios ou receberam a própria pena de morte. Irvine também faz uma releitura bilhante da dicotomia estoica (“há coisas que estão sob nosso controle e coisas que não estão sob nosso controle”) propondo que, na verdade, trata-se de uma tricotomia: “há coisas que estão sob nosso controle, coisas que estão fora do nosso controle e coisas que estão apenas parcialmente sob nosso controle”. Nessa interpretação ou releitura do estoicismo, a resignação estoica teria outro sentido: o de não se consumir com preocupação ou remorso com aquilo que já é passado, nem com aquilo que não está ao seu alcance controlar. Um soldado, por exemplo, não tem controle sobre o desfecho de uma batalha. Não está sob seu controle o número de soldados inimigos, a qualidade das armas inimigas, os acidentes aleatórios no campo de batalha, as condições de tempo etc. Logo, é uma perda de tempo ele deixar-se consumir pela ansiedade em relação ao resultado final da batalha. Os estoicos diriam que lutar bem, usar bem a espada, manter a calma e atenção durante a luta são coisas que estão sob o controle dele e são nessas coisas que ele deve se concentrar. Seria uma espécie de internalização de objetivos, focando sua atenção em tudo aquilo que está sob seu controle.</div>
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<br /></div>
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Outra evidência de que o estoicismo não conduzia à passividade é que seus ideais inspiraram grandes transformações sociais, como a própria reinvenção da república e da democracia no mundo moderno com a Revolução Americana (John Adams, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin foram leitores e admiradores dos moraralistas greco-romanos, dentre eles, os estoicos).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
No Império Romano, onde o estoicismo se tornou bastante popular, era possível encontrar dentre seus praticantes pessoas tão diferentes quanto um escravo (Epiteto), um imperador (Marco Aurélio), um professor (Musônio Rufo/Musonius Rufus), um banqueiro e conselheiro da corte (Sêneca) e um senador (Cícero). Para um estoico, não importava saber quem você era, o que você tinha, onde você nasceu ou mesmo o que você pensava. O que importava era seu modo de agir e a virtude poderia fazer de um escravo (Epiteto) um rei e o vício poderia transformar um Imperador (Calígula) em um escravo -- ou mesmo em uma besta.</div>
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<br /></div>
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Algumas das ideias estoicas soariam conservadoras hoje, como o silêncio em relação à ordem escravocrata (que, aliás, no Brasil perdurou até 1888) e uma moralidade sexual que hoje soa ultrapassada (a corrente mais ascética defendia o sexo somente para reprodução e havia uma reprovação para com o homossexualismo). Por outro lado, defenderam também ideias progressistas para seu tempo: Musônio Rufo, “o sócrates romano”, chegou a defender a educação para as mulheres, argumentando que elas tinham capacidade de aprender a filosofia assim como os homens. Ele também foi um defensor do vegetarianismo. Detalhe: estamos falando de alguém que viveu no século I antes de Cristo.</div>
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<br />
O estoicismo teve um caráter eclético desde seu surgimento na Grécia e, dentre os romanos, apresentou inúmeras variações. É possível notar uma tendência mais ascética influenciada pelo cinismo (<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinismo">cinismo</a> é outro termo que teve o significado alterado com o tempo, os cínicos eram uma espécie de hippies ascetas da antiguidade) e uma tendência mais palatável aos dias de hoje que chega a admirar elementos do epicurismo, a tendência de Sêneca (Thomas Jefferson também parece ter proposto uma mistura de estoicismo e epicurismo). Esse ecletismo e apreciação da racionalidade é um traço interessante porque permite que você mesmo, no exercício de sua própria “faculdade mestra” faça sua própria leitura do estoicismo. Na minha leitura do estoicismo, por exemplo, não há lugar para a crença (comum nos estoicos antigos) em um Deus que governa o mundo por sua Providência punindo os maus e premiando os bons, nem a crença na imortalidade da alma (a não ser pela tecnologia futura). Mas pensar no ideal da Razão (não como imperfeitamente se manifesta em nossas mentes, mas uma razão abstratamente ou idealmente considerada) e pensar na Natureza ou Deus (prefiro evitar essa palavra) como a grandiosidade (fria e indiferente aos assuntos humanos, é verdade) do Cosmos é uma estratégia cognitiva para mim válida e interessante para nos ajudar a melhor perceber a insignificância dos problemas e angústias dos seres humanos, dos pínguins e das formigas da pia da cozinha em uma escala cósmica. E também para evitar o risco de substituir a lacuna de Deus pelo próprio ego.</div>
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A filosofia, para os estoicos, era uma terapia ou um remédio para alma. Mas essa terapia não funcionava com palavras: exigia treinamento e prática constante. Um aprendiz estoico deveria trabalhar sua mente com o mesmo rigor com que um atleta trabalha seu corpo. O papel do filósofo estoico era o de um coaching. Por conta disso, eles desenvolviam técnicas para moldar hábitos mentais necessários ao domínio sobre pensamentos e emoções negativas. Diferentemente da filosofia e da atmosfera intelectual niilista e pessimista do século XX e da pós-modernidade, para os estoicos a filosofia estava a serviço da vida (boa). Sim, o mundo pode ser doente, alienante, cheio de desgraças, mas você pode desfrutar da tranquilidade da alma apesar de tudo isso. Ao contrário da literatura de autoajuda (com raras exceções) e das religiões, a filosofia estoica era sofisticada e inteligente (e não queria só colocar a mão no seu bolso). Você não precisava jogar sua inteligência no lixo, nem virar as costas à realidade dura do mundo para ser feliz. Que tradição, que tecnologia moral e psicológica!</div>
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<br />
A influência do estoicismo sobre a psicologia moderna é inegável. Albert Ellis, um dos criadores da terapia comportamental cognitiva e apelidado de "filósofo estoico com boca de marujo" (por conta dos palavrões) <a href="http://www.politicsofwellbeing.com/2008/06/stoicism-founder-of-cognitive-therapy.html">disse</a> que sua inspiração para a TCC foi a frase de Epiteto de que "não são os eventos, mas nossas opiniões sobre os eventos que nos causam sofrimento." Algumas das técnicas estoicas estão mais vivas do que nunca na moderna terapia comportamental cognitiva de Albert Ellis e Aaron Beck. E, ao contrário da desgastada psicanálise, a eficácia da terapia comportamental cognitiva é suportada por muita evidência. Há quem pense também que o movimento da psicologia positiva (Mihaly Csikszentmihalyi, Martin Seligman etc.) desempenharia, hoje, um papel semelhante ao do estoicismo na antiguidade.</div>
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<br /></div>
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Mas uma grande vantagem de se estudar o estoicismo ao invés de somente as técnicas de terapia comportamental cognitiva ou psicologia positiva é poder se beneficiar de uma enorme quantidade de ricas reflexões sobre a arte de viver e, principalmente, poder compartilhar alguns dos valores (e não só técnicas) dos estoicos. Usufruir de mais de séculos de reflexão filosófica, “ouvir a voz” de Sêneca ou Marco Aurélio fornece também um sentimento de conexão com o passado.</div>
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_7ovSpgJ9aKXfOps41Xu-lIs02f7oWmGcT2Mnuwk8TfHdgHvmZQKUS11sv9xAlqmNLveIjI2Tp8333QN02WIVdIrU5NEcjug0EXjSIp88OPkM8JB_o944GajXTa4DW-c0XkKdr5mpOv_I/s1600/Um+homem+por+inteiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_7ovSpgJ9aKXfOps41Xu-lIs02f7oWmGcT2Mnuwk8TfHdgHvmZQKUS11sv9xAlqmNLveIjI2Tp8333QN02WIVdIrU5NEcjug0EXjSIp88OPkM8JB_o944GajXTa4DW-c0XkKdr5mpOv_I/s320/Um+homem+por+inteiro.jpg" width="230" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>"Um homem por inteiro", de Tom Wolf: o romance que despertou um interesse recente pelo estoicismo</em></td></tr>
</tbody></table>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um interesse recente pelo estoicismo foi despertado a partir da publicação do livro “Um homem por inteiro”, de Tom Wolfe. O próprio William B. Irvine, autor de “A Guide to Good Life...", outro livro que tem agradado bastante os interessados no assunto, informa que sua curiosidade surgiu com a leitura do livro de Wolfe. Para quem quiser se informar melhor sobre o assunto, portanto, esses dois livros parecem ser os mais recomendados (o livro de William B. Irvine, apesar de escrito em inglês, tem uma linguagem simples e agradável).</div>
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<br />
Para usar um termo da moda, eu arriscaria dizer que o estoicismo é uma forma de “gameficação” da própria vida: é aprender a usar a mente para jogar bem o jogo da vida. Em um post futuro vou expor meu próprio sincretismo entre o estoicismo (da tendência que admira alguma coisa do Epicurismo) e o transhumanismo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O estoicismo, espero ter deixado claro, não tem nada a ver com tristeza e sofrimento, mas com alegria e até bom humor. O bom humor sempre foi utilizado pelos estoicos como mais um recurso para jogar o jogo da vida. Catão, por exemplo, um político e cônsul que lutou pela República Romana, ao receber uma cúspida na face, usou o bom humor como resposta ao seu ofensor: "Vou jurar para qualquer um, Lentulus, que as pessoas estão erradas ao dizerem que você não sabe usar a boca."<br />
<br />
<br />
Concluo este post com um exemplo extremo, belo e bem humorado da prática do estoicismo qe nos é contado por Luke Johnson, sobre Sêneca descrevendo os últimos dias de vida de Júlio Canus, filósofo estoico condenado à morte por Calígula.</div>
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<br />
“Ele [Júlio Canus] sabia que ia ser executado e Sêneca narra que Júlio passou os últimos 10 dias antes da data marcada para sua execução apenas jogando -- brilhantemente -- xadrez. Quando chegou o dia e o centurião veio para levá-lo para ser executado, Júlio fez sua última jogada e contou seus peões. Então, disse ao centurião: ‘Eu quero que você se lembre que eu estava ganhando a partida. Não deixe o outro jogador mentir dizendo que ele estava ganhando!’ <strong><span style="background-color: #ffe599;">Sêneca observa que ele [Júlio Canus] não estava apenas jogando xadrez, mas sim jogando o próprio jogo da vida</span></strong>, mostrando o que significava ser um filósofo, que é ser capaz de ter esse tipo de distanciamento em face da própria morte. Quando Júlio caminhava para ser executado, seu antigo professor de filosofia o acompanhou no percurso e lhe perguntou no que ele estava pensando. Júlio respondeu que estava pensando sobre a imortalidade da alma, que sempre foi fascinado em saber se a alma é consciente no momento da morte. E ele queria investigar esse assunto no momento de sua própria morte. <strong><span style="background-color: #ffe599;">Seneca conclui dizendo que ninguém ‘jogou filosofia’ (desempenhou o papel de filósofo) a tal extremo como aquele homem</span></strong>. Então é isso que a filosofia é capaz de fazer, ensinar a lidar com todas as voltas e reviravoltas da vida, mesmo sem mudá-las. <strong><span style="background-color: #ffe599;">Júlio Canus não podia fazer nada a respeito de sua própria execução, mas ele trouxe a execução para seu próprio jogo, assim como no xadrez. E, fazendo isso, ele se recusou a fazer o jogo do tirano [Calígula] e conseguiu manter-se livre, mesmo em face de sua própria morte</span></strong>.”</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Para saber mais</strong>:</div>
<div style="text-align: justify;">
(ao invés de ir direto para o texto dos estoicos, acho melhor ganhar uma visão geral do assunto com o livro de Irvine)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tom Wolfe, <em>Um homem por inteiro</em></div>
<div style="text-align: justify;">
William B. Irvine, <em>A Guide to the Good Life: the Ancient Art of Stoic Joy</em>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Luke Timothy Johnson, <em><a href="http://www.thegreatcourses.com/tgc/courses/course_detail.aspx?cid=4473">Practical Philosophy: The Greco-Roman Moralists</a></em></div>
<div style="text-align: justify;">
Marco Aurélio, <em>Meditações</em>.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sêneca, <em>Da Tranquilidade da Alma</em>, <em>Da felicidade </em>etc<em>.</em></div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-10581161380356901382011-12-18T14:23:00.000-08:002011-12-18T14:31:08.732-08:00Ateísmo 2.0: por que as religiões ainda triunfam?<div style="text-align: justify;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg62557QFm6Q1mJlzyLKtpquVgM3ZRSFQQsXnL1caSMOBVzGx_vHwF6uO6SggY35wlhlvz0bZLOZTx-8pNt4h8KJpJMqnfobMX6gNgWvaEhjbn51Z1DSj01q75-v4iZqyVBO9BST1buk4N0/s1600/religiao_ateus-capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg62557QFm6Q1mJlzyLKtpquVgM3ZRSFQQsXnL1caSMOBVzGx_vHwF6uO6SggY35wlhlvz0bZLOZTx-8pNt4h8KJpJMqnfobMX6gNgWvaEhjbn51Z1DSj01q75-v4iZqyVBO9BST1buk4N0/s1600/religiao_ateus-capa.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>Religião para ateus: leitura rápida, agradável e extremamente informativa.</em></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Por que os ateus acreditam que expor a irracionalidade e os perigos da religião em blogs e livros deveria levar as pessoas a abandonar a religião e abraçar a racionalidade? Por que nem um milhão de blogs e livros e nem uma improvável conversão do Papa ao ateísmo seria capaz de acabar com o fenômeno religião ou fé no sobrenatural, fé no Salvador, misticismo, esoterismo, espiritismo, espiritualismo ou qualquer outro nome que se dê ao fenômeno para tentar disfarçá-lo?</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Alain de Botton nos dá uma resposta certeira: </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<em>"Podemos então reconhecer que inventamos as religiões para servirem a duas necessidades centrais, que existem até hoje e que a sociedade secular não foi capaz de resolver por meio de nenhuma habilidade especial: primeiro, <span style="background-color: #ffe599;">a necessidade de viver juntos em comunidades e em harmonia apesar dos nossos impulsos egoístas e violentos</span> profundamente enraizados E, segundo, <span style="background-color: #ffe599;">a necessidade de</span> <span style="background-color: #ffe599;">lidar com aterrorizantes graus de dor, que surgem da nossa vulnerabilidade ao fracasso profissional, a relacionamentos problemáticos, à morte de entes queridos e a nossa decadência e morte</span>. Deus pode estar morto, mas as questões urgentes que nos impulsionaram a inventá-lo ainda nos sensibilizam e exigem resoluções..."</em></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Um livro que toda pessoa interessada nas relações entre religião e ciência e o futuro da religião deveria ler: <em>Religião para Ateus</em>, do filósofo Alain de Botton. Um livro pequeno, direto, simples e extremamente inteligente. E além disso, barato.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Leia uma excelente entrevista dele <a href="http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/sem-categoria/alain-de-botton-a-filosofia-a-servico-da-vida/">aqui</a>.</div>
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<br />Abaixo, alguns trechos do livro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />--</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />"A pergunta mais enfadonha e inútil que se pode fazer sobre qualquer religião é se ela é ou não verdadeira - no sentido de ter vindo dos céus ao som de trombetas e de ser governada sobrenaturalmente por profetas e seres celestiais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para poupar tempo, e sob o risco de uma dolorosa perda de leitores já no início, vamos afirmar de forma franca que obviamente nenhuma religião é verdadeira num sentido concedida-por-Deus. Este livro é um livro para pessoas incapazes de acreditar em milagres, espíritos ou histórias de sarça ardente, e que não têm qualquer interesse maior nos feitos de homens e mulheres incomuns, como a santa do século XIII Inês de Montepulciano, que diziam ser capaz de levitar meio metro enquanto rezava e de ressuscitar crianças - e que, no fim da vida (supostamente), ascendeu aos céus do sul da Toscana nas costas de um anjo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tentar provar a não existência de Deus pode ser uma atividade divertida para ateus. Críticos pragmáticos da religião encontraram grande satisfação no desnudamento da idiotia de crentes com cruel minúcia, parando somente após sentirem ter revelado seus inimigos como absolutos tolos ou maníacos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora esse exercício tenha suas recompensas, a real questão não é se Deus existe ou não, mas para onde levar a discussão ao se concluir que ele evidentemente não existe. (...)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É quando paramos de acreditar que as religiões foram outorgadas do alto ou que são totalmente insanas que as coisas ficam mais interessantes. Podemos então reconhecer que inventamos as religiões para servirem a duas necessidades centrais, que existem até hoje e que a sociedade secular não foi capaz de resolver por meio de nenhuma habilidade especial: primeiro, a necessidade de viver juntos em comunidades e em harmonia apesar dos nossos impulsos egoístas e violentos profundamente enraizados E, segundo, a necessidade de lidar com aterrorizantes graus de dor, que surgem da nossa vulnerabilidade ao fracasso profissional, a relacionamentos problemáticos, à morte de entes queridos e a nossa decadência e morte. Deus pode estar morto, mas as questões urgentes que nos impulsionaram a inventá-lo ainda nos sensibilizam e exigem resoluções que não desaparecem quando somos instados a perceber algumas imprecisões científicas na narrativa sobre o milagre da multiplicação dos pães e peixes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu cresci num lar obstinademente ateu, como filho de dois judeus seculares que colocavam a crença religiosa num nível similar ao da existência do Papai Noel. Lembro-me do meu pai levando minha irmã às lágrimas numa tentativa de fazê-la abandonar a noção modestamente sustentada de que um deus recluso poderia viver em alguma parte do universo. Ela tinha 8 anos na época. Se meus pais descobriam que algum membro do seu círculo social nutria sentimentos religiosos clandestinos, eles passavam a destinar-lhe o tipo de piedade normalmente reservada àqueles diagnosticados com uma doença degenerativa e nunca mais seriam persuadidos a considerar aquela pessoa seriamente.”</div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-33385608703398150752011-12-10T09:15:00.001-08:002011-12-10T09:37:40.007-08:00Vida útil: como contribuir para a cura de doenças (Alzheimer, Parkinson, câncer etc.) sem fazer quase nada<div style="text-align: justify;">
Uma boa notícia para quem quer dar alguma contribuição para a ciência mesmo não sendo um cientista profissional. Na verdade, não precisa nem ser cientista amador.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A universidade de Stanford tem um software interessante chamado Folding@Home (<a href="http://folding.stanford.edu/">http://folding.stanford.edu</a>). Você baixa o software (<a href="http://folding.stanford.edu/English/Download">http://folding.stanford.edu/English/Download</a>), que é de fácil instalação, e, quando você não estiver usando seu computador, o software entra em ação e integra seu computador a uma rede de milhares de outros computadores que ficam fazendo cálculos para simulação da formação (enovelamento) de proteínas relacionadas às doenças de Alzheimer, Parkinson, vários tpos de câncer, dentre outras (a maioria dessas doenças decorre de falhas na formação de proteínas).<br /><br />O mais surpreendente deste projeto é que, usando o tempo ocioso de computadores de pessoas comuns, ele é capaz de obter resultados superiores àqueles que seriam obtidos mesmos com os mais avançados supercomputadores modernos. Veja o poder que pequenas ações agregadas pode ter! O site explica em detalhes porque isso ocorre:<br /><br />"Modern supercomputers are essentially clusters of hundreds of processors linked by fast networking. The speed of these processors is comparable to (and often slower than) those found in PCs! Thus, if an algorithm (like ours) does not need the fast networking, it will run just as fast on a supercluster as a supercomputer. However, <b>our application needs not the hundreds of processors found in modern supercomputers, but hundreds of thousands of processors. Hence, the calculations performed on Folding@home would not be possible by any other means! Moreover, even if we were given exclusive access to all of the supercomputers in the world, we would still have fewer computing cycles than we do with the Folding@home cluster! </b>This is possible since PC processors are now very fast and there are hundreds of millions of PCs sitting idle in the world." (fonte: <a href="http://folding.stanford.edu/English/FAQ-main#ntoc12">http://folding.stanford.edu/English/FAQ-main#ntoc12</a>)<br /><br />Segundo seus idealizadores, o projeto tem obtido resultados muito satisfatórios:<br /><br />"We have been able to fold several proteins in the 5-10 microsecond time range with experimental validation of our folding kinetics. This is a fundamental advance over previous work. Scientific papers detailing our results can be found in the Results section. We are now moving to other important proteins used in structural biology studies of folding as well as proteins involved in disease. There are many peer-reviewed and published in top journals (Science, Nature, Nature Structural Biology, PNAS, JMB, etc) that have resulted from FAH."<br /><br />O software é cross plataform (Windows, Linux, Mac) e funciona até no vídeo game Sony Playstation 3. Ele não reduz a velocidade de sua internet, porque ele não usa a rede continuamente. Ele baixa um trabalho, realiza os cálculos mesmo off line e, depois, os envia para o servidor do projeto. Em qualquer caso, você pode sair do programa se verificar que, naquele momento, ele está atrapalhando sua navegação (por estar baixando ou enviando um trabalho) e abri-lo mais tarde. <br /><br />Você pode escolher um nome e participar de um grupo. Há um ranking de usuários e grupos, como se fosse um ranking de um jogo. Eu, por exemplo, escolhi participar do grupo Transhumanists, cujo número é: . Para participar de um grupo, basta colocar o número do grupo no painel de configurações. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em alguns computadores, o programa funciona ainda como protetor de tela, exibindo a imagem de uma proteína sendo enovelada. Mas no meu PC (Windows 7 64 bytes) essa proteção de tela não funciona. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Instalei o software há algumas semanas. É satisfatório, depois de desgrudar um pouco da tela, voltar e ouvir o barulho do processador trabalhando em um problema de biologia molecular. <b>Só a satisfação interior de contribuir para algo tão grande e de potencial tão benéfico para as pessoas já me paga pelo uso do meu computador. Não vejo como ele poderia ser empregado de melhor maneira</b>.<br /><br />E então, o que você está esperando para começar a seu protetor de tela para avançar nosso conhecimento na luta contra os verdadeiros inimigos da humanidade? (Alzheimer, Parkinson, câncer etc.)<br /><br />Para fazer o download e instalar o programa, clique aí: <br /><br /><a href="http://folding.stanford.edu/English/Download">http://folding.stanford.edu/English/Download</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso merece ser divulgado!</div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-35524955046159292942011-12-10T08:13:00.001-08:002011-12-10T09:04:50.357-08:00É possível ser criopreservado no Brasil?<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao <b> </b>contrário do que afirmamos em um post anterior, contratar a Alcor no Brasil, apesar de possível (há pelo menos um cliente da Alcor no Brasil, o dermatologista de Campinas <a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com/2010/11/e-possivel-contratar-alcor-life.html">Valcinir Bedin</a>)<b> </b>parece ser inviável. Isso porque, devido à ausência de instalações no Brasil, é impossível realizar o procedimento de vitrificação e, assim, diminuir os danos celulares resultantes do congelamento. Esse processo funciona assim:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"O sangue da pessoa morta é substituído por um líquido que ajuda na conservação das células. Pelo coração, os especialistas injetam até 20 litros de uma outra solução, um anticongelante. Quando a temperatura baixa, esse solução anticongelante fica rígido como vidro, o que impede a formação de gelo no cérebro e garante a preservação quase total das células.<br />
<br />
"Depois de todo esse processo de vitrificação, o corpo ou o paciente - como eles preferem dizer - é levado para a câmara de resfriamento. Ele é colocado em uma maca e os tubos começam a jogar nitrogênio líquido. A temperatura começa em 0ºC e chega, em cinco ou sete dias, a -196ºC, que é a temperatura que o corpo vai ficar por anos. <br />
<br />
"Benjamin não pode abrir o tanque onde estão os corpos de humanos, mas mostra onde ficam os animais de estimação. 'Aqui dentro tem um gato congelado', ele diz. E conta um experimento recente que trouxe mais esperança à criogenia: o rim de um coelho que estava vitrificado foi transplantado com sucesso em outro animal." (fonte: <a href="http://www.youtube.com/watch?v=ZB7PgU8l_-w">Fantástico</a>)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das preocupações da comunidade de transhumanistas no Brasil deveria ser criar um núcleo da Alcor. Mas isso requeriria um certo número mínimo de interessados -- um número difícil de ser atingido, a menos que a criônica vire tema da novela das 8:00h. A alternativa, se isso não vier a ocorrer, é desfrutar da sua aposentadoria em outro país. Os países desenvolvidos não são melhores apenas para se viver. Hoje, são literalmente melhores para se morrer. Confira as informações abaixo da ALCOR sobre membros internacionais:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><b>Informação da Alcor sobre membros internacionais </b></span></div>
<div style="text-align: center;">
(fonte: <a href="http://www.alcor.org/BecomeMember/tinternational.html">http://www.alcor.org/BecomeMember/tinternational.html</a>)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Alcor está localizada nos Estados Unidos. Residentes de outros países podem fazer acordos criônicos com a Alcor, mas a resposta que a Alcor pode fornecer fora dos Estados Unidos é muito limitada na maioria dos casos. E, devido a significativos custos adicionais associados, sobretaxas também se aplicam a fundos mínimos de criopreservação para os residentes de outros países, exceto o Canadá. Estas sobretaxas são no valor de $15.000 no Reino Unido e $25.000 em outros países.<br />
<br />
Dentro dos Estados Unidos, geralmente é possível arranjar transporte de pacientes criônicos acondicionados em gelo para Alcor num espaço de 24 a 36 horas após a morte legal. A perfusão crioprotectora (administração de produtos químicos para reduzir os danos de congelamento) geralmente pode ser realizada em pacientes que chegam à Alcor dentro deste prazo. Além disso, dentro dos E.U.A e Canadá, a Alcor tentará enviar pessoal para realizar procedimentos de estabilização local no momento da morte jurídica de acordo com os termos do programa “Comprehensive Member Standby”.<br />
<br />
A situação fora dos Estados Unidos e Canadá é mais difícil. O “Comprehensive Member Standby” NÃO está disponível fora dos E.U.A e Canadá. Normalmente não é possível para a Alcor a prestação de quaisquer serviços de espera antes da morte jurídica em outros países. Além disso, o transporte a partir de outros países pode necessitar de vários dias, tornando impossível o uso de perfusão crioprotectora. Para a maioria dos casos internacionais, o melhor que pode ser feito é embalamento em gelo seco por um agente funerário local seguido do envio para Alcor na temperatura de gelo seco. Isso resulta em "straight freezing" (congelamento sem crioprotectores), o que provoca muitos danos a nível celular.<br />
<br />
Para melhor responder aos casos em outros países, membros da Alcor e outras organizações criônicas às vezes são formados grupos locais. A Alcor incentiva isso. Actividades de grupos locais podem incluir o contacto com agentes funerárias cooperativas, investigação de regulamentos locais e requisitos de transporte de restos mortais, e o desenvolvimento da capacidade local de estabilização criónica. Se recursos suficientes e competências estão disponíveis, então o desenvolvimento da capacidade local de perfusão crioprotectora é uma possibilidade.<br />
<br />
Uma lista de alguns grupos internacionais criónicos está disponivel em baixo. A listagem não implica nenhum tipo de relação directa com a Alcor.<br />
<br />
Alcor Portugal<br />
Alcor UK<br />
Cryonics Association of Australasia<br />
Cryonics Europe<br />
Cryonics Society of Canada<br />
Cryonics Society of Spain<br />
Danish Cryonics Support Group<br />
Italian Cryonics Association<br />
Japan Cryonics Association<br />
New Zealand Cryonics Society</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<b>Saiba mais</b>:<br />
Conheça também a ciência por trás da criônica:<br />
<a href="http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/sebastian_seung.html">http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/sebastian_seung.html</a><br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=ZB7PgU8l_-w">Assista a matéria do Fantástico sobre a criônica</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-86581820710124173072011-12-04T17:19:00.001-08:002011-12-04T17:38:26.963-08:00Larry King, celebridade da CNN, choca convidados ao confessar que quer ser criopreservado<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3kqNRbYx8HR31mjsP_F7DOWSc-zBAI6-SbaP1UjQTwvtCjXCeUtYJcv6BulLbSA8cHSyqwiG4J4zCsn8pAPoLOGNHGPy1T2WgR8fgy8pTcq71HRJnwVQELWvVBiloSwtlTUrCq4-u36kF/s1600/king.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="165" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3kqNRbYx8HR31mjsP_F7DOWSc-zBAI6-SbaP1UjQTwvtCjXCeUtYJcv6BulLbSA8cHSyqwiG4J4zCsn8pAPoLOGNHGPy1T2WgR8fgy8pTcq71HRJnwVQELWvVBiloSwtlTUrCq4-u36kF/s320/king.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Larry King, da CNN, chocou seus convidados ao confessar que quer ser cripreservado.</td></tr>
</tbody></table>
<div align="center">
</div>
<br />
"Eu quero ser congelado na esperança de que eles me tragam de volta" Larry King disse a um grupo de convidados para um jantar, chocando os que se reuniram em sua casa em Beverly Hills para uma festa promovida por ele e sua esposa, Shawn.<br />
<br />
"CNN Presents: A Larry King Special: Dinner with the Kings" vai ao ar às 20:00 ET de domingo.<br />
<br />
Nenhum tópico ficou de fora da conversa com Conan O'Brien, Tyra Banks, Shaquille O'Neal, Seth MacFarlane, Jack Dorsey, Quincy Jones e Russell: amizade, inseguranças, sucesso, preocupações, vida, morte e quase o tudo mais.<br />
<br />
MacFarlane perguntou ao anfitrião da CNN se ele era "talvez um pouco obcecado com sua própria mortalidade, como eu sou?"<br />
<br />
"Oh, eu temo a morte," King disse à "Family Guy" criador. "Meu maior medo é a morte, porque eu acho que não vou a lugar nenhum. E já que eu acho isso e eu não tenho uma crença ... Sou casado com uma pessoa que tem a crença, assim ela sabe que está indo para algum lugar."<br />
<br />
Embora a mortalidade tenha sido um tópico de discussão, o jantar estava longe de ser macabro. (...)<br />
<br />
"Esta é uma grande notícia", disse O'Brien. "Você gostaria de ser congelado? Isso é novidade para mim."<br />
<br />
"É apenas de uma aposta", respondeu King.<br />
<br />
O comediante e apresentador do programa TBS "Conan", ainda em choque, disse ao grupo: "Eu só quero ter certeza de que já temos uma manchete aqui, que é que você deseja ser congelados."<br />
<br />
MacFarlane perguntou em voz alta se King queria viver para sempre.<br />
<br />
"Sim, pode apostar o seu rabo", disse King<br />
<br />
Fonte: <a href="http://articles.cnn.com/2011-12-02/entertainment/showbiz_larry-king-i-want-to-be-frozen_1_larry-king-cnn-host-seth-macfarlane?_s=PM:SHOWBIZ">http://articles.cnn.com/2011-12-02/entertainment/showbiz_larry-king-i-want-to-be-frozen_1_larry-king-cnn-host-seth-macfarlane?_s=PM:SHOWBIZ</a><br />Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-73725126047362608582011-12-04T17:12:00.001-08:002011-12-04T17:16:13.159-08:00Mais estudos revelam os riscos de ficar sentado demaisMais estudos revelam o perigo para profissionais que trabalham o dia todo sentado. Sugestão: exercitar-se em pequenos intervalos, durante o trabalho.<br />
<br />
"Ficar sentado, Levine concluiu, não é apenas ruim para as pessoas - isso mata elas. A afirmação pode parecer um pouco drástica, mas Levine não é o único cientista que calcula que o sedentarismo oferece uma rota acelerada a uma sepultura precoce. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Hong Kong concluiu que é melhor para você ficar andando e fumando do que sentar e não fazer nada. Vinte por cento de todas as mortes de pessoas com 35 anos ou mais foram atribuídas à falta de exercício físico. Quanto à probabilidade de morrer de câncer, ela aumentou 45 por cento para homens e 28 por cento para as mulheres se passou a ser inativo."<br />
<br />
Techo completo:<br />
<a href="http://www.telegraph.co.uk/health/healthnews/8928745/Could-a-treadmill-desk-save-your-life.html">http://www.telegraph.co.uk/health/healthnews/8928745/Could-a-treadmill-desk-save-your-life.html</a>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-65259195468600412792011-12-04T16:58:00.001-08:002011-12-04T17:06:15.599-08:00Afinal, o que é um transumanista?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-reqZp1zX3K7ukw97XIhBinBlT7xjohpei_JoN84faz5Uh1Fs9luIe7NMCxL5-olQh1c8e94euuSE6Az9aIsryoalPcFKK5yNL9BkfERfX-bvl7EM74YpGup9-Bfw3vlBMnXrXZkccqx3/s1600/transhuman.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-reqZp1zX3K7ukw97XIhBinBlT7xjohpei_JoN84faz5Uh1Fs9luIe7NMCxL5-olQh1c8e94euuSE6Az9aIsryoalPcFKK5yNL9BkfERfX-bvl7EM74YpGup9-Bfw3vlBMnXrXZkccqx3/s320/transhuman.jpg" width="320" /></a></div>
<div dir="ltr" id="internal-source-marker_0.11426616587671024" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: right;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Postado originalmente por:</span><a href="http://scottishatheist.org.uk/?author=2"><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> </span><span style="background-color: transparent; color: #000099; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;">ian</span></a><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> em</span><a href="http://scottishatheist.org.uk/?cat=8"><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> </span><span style="background-color: transparent; color: #000099; font-family: Arial; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;">http://scottishatheist.org.uk/?cat=8</span></a></div>
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Recentemente,
tive que fazer uma visita ao hospital. Foi uma pequena lesão,
resultante de uma tentativa entusiasmada de instalar uma porta na minha
garagem. A médica ia preenchendo minha ficha médica e, inevitavelmente,
chegou na pergunta mais delicada.</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Religião?"</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Passaram-se
quase oito anos desde quando eu respondia a essa pergunta com um alegre
"cristão". A conversão ao cristianismo foi um evento de mudança de vida
para mim. Mudou a minha opinião, meu comportamento, tudo. Eu não bebia,
nem usava drogas, nem fazia sexo ou -- se é para dizer toda a verdade
-- eu não desfrutava de um único momento de minha vida. Deixar a Igreja
foi um processo muito mais gradual, que teve muito pouco a ver com luzes
brilhantes, vozes do além ou qualquer coisa sobrenatural. Foi um
processo longo e lento.</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Decidi
que tinha chegado a hora de ficar aberto sobre as minhas crenças. Desta
vez, eu não iria me esconder atrás de humor. Responder [à pergunta
“Religião?]” com um "Não, obrigado", foi engraçado na primeira vez.</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Eu sou um transhumanista."</span></div>
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">A
expressão da médica se congelou em um máscara de horror. Considerando
que a ocupação médica exige uma reação imperturbável msmo diante de
pacientes sem partes do corpo, eu achei aquilo estranho.</span><br />
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Transhumanismo
não está na lista". Ela apontou para a tela do computador e, com
certeza, transhumanismo não estava lá. Para dar o devido mérito ao
hospital, a verdade é que a lista era muito completa, incluindo tudo,
desde xintoísmo, passando por denominações islâmicas e cristãs (não
menos que doze variedades!) até wicca.</span></div>
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Até
aquele momento, eu estava menos preocupado em conquistar uma posição
para as forças da verdade e do bem do que em fazer algo a respeito dos
ferimentos na minha mão esquerda.</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Sugeri
então "Humanismo", como uma alternativa. O transhumanismo é, afinal, um
subconjunto desse conjunto maior de pensamento. Tem, é claro, quem diga
que você pode tirar o "ismo" do humanismo e não perderá muito na
definição. É, pelo menos, algo da mesma família.</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Humanismo,
surpreendentemente, também estava ausente daquela lista quase
enciclopédica. Era hora de usar o mínimo denominador comum.</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">"Que tal ateísmo?"</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Finalmente,
os dentes da médica se abriram, sua pele começou a voltar à sua cor
normal. Agora, em terreno mais firme e, presumivelmente, de volta ao </span><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">script</span><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">, ela terminou a papelada e enviou-me para a sala de curativos.</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Como
eu estava esperando ser costurado, percebi que o comportamento daquela
mulher não era só previsível, mas foi provavelmente uma coisa boa. As
pessoas têm medo do que é incomum, o que pode ser algum mecanismo de
defesa mental. É esta aversão às coisas novas que ajuda a impedir que as
pessoas que se reúnam numa paliçada ardendo em chamas junto com algum
novo messias e algumas centenas de armas.</span><br />
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Como, então, explicar em termos simples o transhumanismo?</span></div>
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Bem,
transhumanismo é, como mencionei, um subconjunto do humanismo. Todos os
transhumanistas são humanistas também. Mas o inverso não é verdadeiro.
Pergunte a dez humanistas a opinião deles sobre um assunto e terá com
certeza dez visões completamente diferentes e com pouca coisa em comum
entre elas. Humanistas “propriamente ditos” nos consideram como sendo
otimistas demais para sermos levados a sério.</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Os
humanistas acreditam que não há Deus, que esta vida é tudo o que existe
e o que há de mais precioso. Eles acreditam que todos nós somos
pessoalmente responsáveis por nossas ações, boas ou más. A dupla que
sempre anda junto "o Diabo me fez fazer isso" e "Deus estava trabalhando
em minha vida" não é comum no discurso humanista.</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Como
resultado disso, eles acreditam que a moral é separada de qualquer
imperativo religioso e que as leis derivam da visão comum do que é "bom"
e não de inspiração divina. Os humanistas acreditam que podemos mudar a
nós mesmos para melhor, e trabalhando juntos podemos mudar nosso mundo
para o bem de toda a humanidade.</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Como transhumanistas, nós compartilhamos todas essas crenças.</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O
que nos torna diferentes é uma crença no poder da tecnologia para mudar
o futuro da humanidade. Nós apontamos para mil tecnologias que
melhoraram a sorte das pessoas e dizemos: "você ainda não viu nada."</span><br />
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">A
única coisa que nos faz “trans” humanistas é a crença de que estamos
nos aproximando de um ponto no tempo onde a evolução da humanidade
estará em nossas próprias mãos. O conhecimento está aumentando a uma
velocidade incrível e cada nova invenção muda o mundo de uma forma
tangível.</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Assim
como a Revolução Industrial mudou o mundo do trabalho manual para
sempre e a aurora da Revolução da Informação mudou o mundo da
comunicação, a chegada da Revolução Genética vai mudar a evolução futura
da humanidade.</span></div>
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">A
genética avançada irá nos fornecer meios para melhorar os nossos corpos
e mentes, poderemos nos tornar maiores, mais fortes, mais rápidos, mais
inteligentes. Como se dizia na [série de TV] “O Homem de Seis Milhões
de Dólares” (ou “O Homem Biônico”), "Nós temos a tecnologia, podemos
reconstruir a ele."</span><br />
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"></span><br /><span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O
campo de desenvolvimento da nanotecnologia tem o potencial de inaugurar
uma nova era dourada de abundância, onde máquinas complexas são
fabricadas de forma milagrosa a partir de ingredientes simples.
Poderíamos, em 30 anos, ter um bilhão, bilhões de nanorobôs girando em
torno de nossa corrente sanguínea, para reparar os danos. Seríamos quase
imortais, algo mais do que humanos. Seríamos transhumanos.</span><br />
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: #333333; font-family: Times New Roman; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">No
futuro da humanidade, eu poderia não ter que ir ao hospital. Eu poderia
reparar o dano à minha mão simplesmente bebendo um pouco de água com
açúcar. Seria uma picada a menos.</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">É possível, é claro, que estejamos nos iludindo. Visões utópicas são volúveis. Mas veja a coisas por este lado.</span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Times New Roman; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Nós não vamos queimar as pessoas na fogueira se elas discordarem de nós.</span></div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-82245297268866269662011-11-27T15:30:00.001-08:002011-11-27T15:38:01.893-08:00Epicurismo, estoicismo, ceticismo, cinismo - filosofias clássicas estão de voltaPor Sheila Lobato publicado originalmente na <a href="http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/442/artigo144029-1.htm">Revista Planeta</a><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA0m4O7VjX-G9V-dYkQr0H0-qXTbscHxK5Vkv1rCsu3DGQ6oCqzNmUyzsIyw9zDDVmUJCWMSpQw8aYhyphenhyphen3UXALs9yK-H2vSUA3XxwVwYD6P-JELm2Ks3rQ0PGUG9xLsgNUin_QztDnT55uv/s1600/filo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA0m4O7VjX-G9V-dYkQr0H0-qXTbscHxK5Vkv1rCsu3DGQ6oCqzNmUyzsIyw9zDDVmUJCWMSpQw8aYhyphenhyphen3UXALs9yK-H2vSUA3XxwVwYD6P-JELm2Ks3rQ0PGUG9xLsgNUin_QztDnT55uv/s320/filo.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Antigas, sim, mas muito atuais. Epicurismo, estoicismo, ceticismo, cinismo - filosofias clássicas que fizeram grande sucesso bem antes da era cristã - estão de volta. O motivo? Parece que o mundo ocidental cansou das filosofias modernas, em geral pessimistas, niilistas e atormentadas pela falta de sentido da vida e da morte<br />
<div align="justify">
<br /></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Quase 2.500 anos depois, as escolas filosóficas que floresceram na Grécia Antiga estão de volta, reinterpretadas, influenciando pensadores e fazendo novos seguidores em todo o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas por que reinterpretadas? Porque, com o passar dos séculos, todas sofreram deformações que mudaram muito o sentido de seus conceitos. O cinismo, por exemplo, não tem nada de cínico ou vigarista: deve seu nome à praça de Cynosarge, em Atenas, onde se reuniam os adeptos da escola, na falta de um lugar construído para esse fim.</div>
<div style="text-align: justify;">
(...)</div>
<div style="text-align: justify;">
E por que estão reaparecendo filosofias tão antigas? Uma resposta, simples e direta, é que o mundo ocidental cansou das filosofias modernas. É tudo muito complicado, muito difícil, polêmico, contraditório, compreensível somente por iniciados e, mesmo para eles, em boa parte ininteligível.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando vislumbram caminhos no meio do matagal, elas acabam levando a becos sem saída. E não dão tréguas à dor: são pessimistas, quase sempre niilistas e atormentadas pela falta de sentido da vida e da morte.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não há nada disso em nenhum dos grandes autores das velhas filosofias. Epicuro, Diógenes, Zenon de Chipre, Pirro, Sêneca, Marco Aurélio (sim, o imperador romano), Epiteto e outros tinham em comum a clareza e a simplicidade de suas ideias, nem por isso ralas ou reles. Pensavam e ensinavam para as grandes massas. Mas com boa formulação e fundamentação.</div>
<div style="text-align: justify;">
(...)</div>
<div style="text-align: justify;">
Essas filosofias eram um modo de vida. Não brilhavam por fazer grandes construções teóricas, mas por seus ensinamentos para melhorar a vida de cada um. Eram mais socráticas (“a vida é uma preparação para a morte”), mais pedagógicas que metafísicas. Filosofar não era uma especulação abstrata, um devaneio, mas uma busca por respostas práticas para as questões da vida diária. Nisso residiria a felicidade.</div>
<br />
Texto completo: <a href="http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/442/artigo144029-2.htm">http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/442/artigo144029-2.htm</a><br />
<br />
<br />Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-321671056200430662011-11-27T13:58:00.001-08:002011-11-27T14:23:28.056-08:00Opiniões sobre o transhumanismo e sua relação com a religião<div style="text-align: justify;">
<em>Diversas opiniões sobre o artigo de <strong>Malcolm MacIver </strong>(<a href="http://fabulosofuturo.blogspot.com/2011/11/transumanismo-um-sandbox-secular-para.html">Transumanismo: um sandbox secular para explorar o pós-morte</a>?) sobre o transhumanismo e sua relação com a religião. Esses comentários foram originalmente postados <a href="http://blogs.discovermagazine.com/sciencenotfiction/2011/02/28/transhumanism-a-secular-sandbox-for-exploring-the-afterlife/">aqui</a>. É impressinante a qualidade dos comentários -- dá uma boa amostra da inteligência dessas pessoas. Resolvi traduzir alguns deles e colocar no blog.</em></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Skrim</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não chamaria o transumanismo de religião - é apenas uma coleção de idéias unificada pela noção de que devemos transcender nosso estado de evolução natural biológica, que nossas mentes presente e capacidades não são o melhor que podemos fazer.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu chamaria o Singularitarianismo (com 'S' maiúsculo) de espécie de sistema de crenças estranhas sobre um evento pontual -- a invenção súbita de uma AGI superinteligente (em vez do desenvolvimento de AIs cada vez mais inteligentes e cada vez mais geral ao longo do tempo) ou upload da mente (em vez de uma sofisticação cada vez maior de tecnologia neural de interfaces que finalmente alcançam a simulação completa da mente) -- que, de repente, mudam tudo para sempre. Ainda não é uma religião em si, mas semelhante em suas origens psicológicas.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Jody</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não acredito necessariamente que em 2045 a singularidade ocorrerá, mas sou um transhumanista secular que certamente vê o paralelo entre transumanismo e religião. A maioria das religiões (pelo menos as três grandes) falam sobre a existência humana indefinidamente perpetuada e sobre o "paraíso". Há muito apelo para as pessoas nesta crença da vida após a morte. Acho que não seria ofensivo dizer que um dos maiores atrativos das religiões está nesta idéia de vida após a morte. Bem, nós ateus não acreditamos em religião, mas eu não vejo porque não podemos absorver alguns desses objetivos antigos e universais. Eu gostaria de viver para sempre e em algum tipo de felicidade, eu só não acho que eu preciso morrer e ser julgado por algum tipo de grande mágico no céu a fim de alcançar esse fim. Eu acho que a tecnologia vai fazer isso. A data de 2045 realmente não ressoa muito em mim, mas está dentro do meu período provável de vida, logo, ótimo. Eu certamente apostaria em criônica também. No pior dos cenários, estou morto e minha cabeça está congelado. No melhor dos cenários, (embora eu admita que é uma possibilidade meio remota), ressuscito e continuo a viver em um céu secular. Eu não sei que será o upload, a criônica, transferência para um novo corpo, ou alguma outra ciência imprevisível... mas estou muito confiante de que alguma forma de tecnologia vai ser o meu “deus ex machina”. Isso não é crença irracional na religião -- antes, é uma previsão otimista baseada no progresso da ciência -- mas os paralelos estão aí.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Hank Fox</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
O desejo consciente de não morrer é uma unidade básica de todos os seres vivos com um cérebro suficientemente grande para ser minimamente auto-consciente. E isso provavelmente tem sido uma constante nas últimas centenas de milhões de anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
A religião tomou conta da ideia e por isso hoje temos dificuldade de falar sobre o assunto sem esbarrar em idéias religiosas. Somos forçados a abordar a discussão como se a religião tivesse inventado a ideia de amar a vida e sua continuação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, na realidade, a religião não tem nada a ver com a discussão, exceto que ela é uma das muitas coisas que poderiam ser ditas sobre o assunto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Transumanismo, como um modelo de pensamento sobre a vida além do período normal de vida humano, não está tentando macaquear a religião. Está tentando solucionar um desejo humano básico, um desejo que precede a religião recém-chegada há alguns milhões de anos.</div>
<div style="text-align: justify;">
A religião é a resposta errada. Talvez seja a única resposta que tivemos por muito tempo, mas a religião não nos aproximou nem sequer um passo das soluções reais e, de fato, ela esteve atrapalhando as respostas reais durante toda sua existência.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em um momento histórico em que temos uma chance de respostas reais, a religião ainda se coloca no caminho, no sentido de que não podemos sequer falar sobre o assunto sem ter de lutar imediatamente com a ideia tola de que tudo começou com a religião, e qualquer nova resposta tem de ser expressa em termos religiosos.</div>
<div style="text-align: justify;">
É como se você tivesse um bebê depois de anos possuindo gatos de estimação e seus amigos insistem que você está apenas tentando substituir seus gatos e o bebê é realmente apenas uma versão pobre de um gato. Quando a verdade é que talvez, pela primeira vez, você está feliz por ter algo DIFERENTE de um gato, algo maior, mais real e mais alegre.</div>
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</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Logan</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
(...)</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu diria que eu sou um transhumanista (mas agnóstico sobre a sngularidade), e geralmente apoio os esforços para "curar" ou reverter o envelhecimento e eu gostaria de viver mais tempo do que uma vida humana normal, se eu pudesse, mas isso não significa que eu tenho pavor existencial sobre a morte ou quero evitá-la para sempre. Honestamente, não vejo valor na imortalidade ou na vida por dezenas de milhares de anos. Havia um antigo filósofo grego cujo nome não me recordo que dizia "onde a morte está, eu não sou. Onde eu estou, a morte não está"; por que então (esqueci o resto da citação) que eu deveria temer algo que por definição não posso experimentar? É como ter medo de um sentimento insensível. Medo de como se vai existir durante a sua inexistência. O processo da morte em si provavelmente desagrada, mas, o que posso fazer?</div>
<div style="text-align: justify;">
O medo da morte não pode ser superado apenas pela lógica, mas esse é um bom inicio, tanto quanto como os ateus pensam e sentem sobre a morte. Entre os ateus, há uma boa dose de estoicismo em face do inevitável e contentamento com a quantidade limitada de tempo (se é 20 anos ou 200 anos ou 2000 anos) que você tem que viver. Veja, por exemplo, o último capítulo do livro de Ronald Aronson "Viver Sem Deus". Há também uma boa entrevista estendida entre Richard Dawkins e Dan Dennett em que eles falam sobre a beleza da ciência e as perspectivas naturalistas sobre a morte (acho que foi no documentário "Genius of Charles Darwin" de Dawkins).</div>
<div style="text-align: justify;">
Não, a razão pela qual eu apoio o transumanismo e a pesquisa anti-envelhecimento é porque é apenas uma extensão dos princípios e objetivos da medicina (e da vida em geral) nos quais todos nós estamos de acordo: aumentar a qualidade e a quantidade dos anos que estamos vivos para o maior número de pessoas. Não há conflito necessário entre esta perspectiva e a perspectiva do estoicismo/contentamento; arriscando um clichê, eu diria que se trata apenas de reconhecer quais condições você pode mudar e quais você não pode.</div>
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</div>
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<strong>Cassini</strong> (comentando Malcolm MacIver e Logan)</div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre o excelente texto de Malcolm MacIver eu diria o seguinte: mais do que nos permitir falar sobre a morte, o transhumanismo nos permite (e nos incita) a fazer alguma coisa em relação a ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre os argumentos de Logan e a citação grega de que não há sofrimento, não há dor, não há nada na morte, eu diria que o problema é que essa racionalização filosófica para mim erra o alvo, que é a vida e nosso desejo de viver. O problema está na sombra que a morte lança sobre a vida, uma espécie de depleção de sentido capaz de minar boa parte de nossas energias para levar uma vida alegre e lutar, realizar sacrifícios, por aquilo que elegemos como nossos objetivos (e até mesmo para escolher objetivos).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Jody</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu sou ateu, e tenho medo da morte. O pensamento de deixar de existir é horrível para mim, e não acho contentamento nele. Eu só não o temo o bastante para tornar-me irracional e passar a acreditar em magia. Mas eu sou um transhumanista porque eu quero evitar a morte -- ou, como alguns transumanistas dizem, a morte “não voluntária". Eu não acho que a morte, especialmente a morte de uma consciência humana, seja algo bom, nobre ou necessário. Eu acho que é algo a ser derrotado.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Matt Brown</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho pensando muito sobre a relação entre transhumaismo e religião tradicional e quanto mais eu penso, mais em comum eles parecem ter. Agora devo dizer que sou ateu e, como regra geral, vejo a religião como ultrapassada na melhor das hipóteses, mas parece óbvio que a religião, ou um análogo a ela, ainda serve a um propósito na sociedade moderna.</div>
<div style="text-align: justify;">
O problema com estes tipos de discussões começa com a definição do que exatamente é uma religião. Se aceitamos a definição de um sistema que envolve a adoração de deuses e deusas, um conceito do sagrado e do profano, e os enfeites de cerimônias religiosas, então, obviamente o transhumanismo não se encaixa nisso. Mas a religião tem tido muitas definições e nem todas eles são tão restritivas. Se aceitamos a definição de religião como uma visão de mundo que tenta responder a algumas das questões profundas que os humanos têm sobre a nossa própria existência (por que estamos aqui, qual o propósito que minha existência tem, etc.), a diferença entre os dois tornam-se cada vez menos e menos aparente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Dito isso, eu não acredito que transumanismo é uma religião, mas eu tendo a concordar com o autor do texto que ele permite que os secularistas tenham uma porta para falar sobre a morte e significado. Na verdade, vou iria um passo além e diria que eu acredito que o transhumanismo está cumprindo em grande parte a mesma finalidade o mesmo que a religião faz, só que para as pessoas seculares. Os seres humanos ainda buscam de sentido para suas vidas e o transhumanismo pode ser apenas mais um canal para essa busca.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Malcolm MacIver</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
@ Jody - Acho que às vezes tentamos romantizar a morte e sua importância na renovação davida como uma forma de confortar-nos sobre isso, mas eu concordo com grande parte de sua opinião. A vida é fantástica -- já a morte e a estrada longa e dolorosa de declínio cognitivo e físico que nos levam a ela é tudo, menos isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Marjorie Kaye</strong></div>
<div style="text-align: justify;">
Curiosidade responde por grande parte do meu interesse no transhumanismo, assim como o medo da morte. Até recentemente, ou você aceitava seu destino como uma criatura finita, ou se você fosse religioso, esperava (pelo menos se você estivesse no lado direito da equação pecado/virtude) que o seu padre/rabino/imam/ministro estava certo e havia algo grande do outro lado. Ou... você poderia congelar sua cabeça depois de sua morte e ter esperança (um pouco bruta para mim).</div>
<div style="text-align: justify;">
Essas eram as opções. Quando eu li o artigo deKurzweil sobre upload da mente em 2000, aquilo realmente me intrigou. Eu não sou um cientista, apenas curiosa. Eu quero saber se algum desses 400mil planetas tem algo ou alguém interessante. Eu gostaria de ver como as coisas serão no meu planeta natal, experimentar uma ou mais páginas da História do Homem (e da Mulher), talvez mais um capítulo inteiro, algo que estava anteriormente fora do alcance depois de setenta anos ou mais nesta terra.</div>
<div style="text-align: justify;">
Kurzweil descreve a maravilha de viver em um ambiente virtual, incluindo a escolha de sua aparência física de Lady Gaga ou Michael Jackson, se você é tão inclinado e cantar. Michael Asimov acha que versões digitais de nós irão se relacionam entre si em um nível mais profundo e complexo. Mas de acordo com o autor John Gray, estamos enganando a nós mesmos e faremos algo pior que vamos cópias imperfeitas de nós, levando todas as nossas fraquezas e conflitos conosco no ciberespaço. Talvez Gray esteja certo, mas valeria apena fazer o teste, ainda que seja para ficar por aqui um pouco mais. Em última análise, acredito que todos nós iremos querer saber o que realmente está por vir. Iremos nos libertar de qualquer pretensão de controle e seguiremos o fluxo.</div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-13411499277947836392011-11-27T13:44:00.001-08:002011-11-27T14:15:56.182-08:00Transumanismo: um sandbox secular para explorar o pós-morte?<div style="text-align: justify;">
Publicado originamente por Malcolm MacIver no blog <a href="http://blogs.discovermagazine.com/sciencenotfiction/2011/02/28/transhumanism-a-secular-sandbox-for-exploring-the-afterlife/">Science Not Fiction</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Eu sou um cientista e acadêmico durante o dia, mas, à noite, sou cada vez mais chamados para falar sobre transumanismo e a singularidade. No ano passado, fui assessor de ciência de Caprica, uma série que explora as relações entre seres digitais e pessoas reais. Alguns meses atrás, participei de um painel público sobre "Mutantes, androides e ciborgs: a ciência dos filmes da cultura pop" para a filial de Chicago da NPR, a WBEZ. Esta semana ela traz um painel do diretor de Guilds of America, em Los Angeles, intitulado "A Ciência dos ciborgs" sobre a interface de máquinas para sistemas nervosos vivos.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
O mais recente painel para ser adicionado à minha lista é uma discussão sobre a primeira ópera transhumanista de Tod Machover, "Death and the Powers". A ópera é sobre um inventor e empresário, Simon Powers, que está se aproximando do fim de sua vida. Ele decide criar um dispositivo (chamado “o Sistema”) que permite a ele fazer o upload de si mesmo (humm... será que isto lembra a vida de alguém que conhecemos?). Depois do segundo ato, todo o conjunto, incluindo uma série de robôs de ópera e um lustre musical (criado no MIT Media Lab), torna-se a manifestação física do agora incorpóreo Simon Powers, que ainda ouvimos cantar, mas que desapareceu do palco. Grande parte da ópera explora suas relações com sua filha e mãe aós o upload. Sua filha e esposa se perguntam se o sistema é realmente Simon Powers. Eles se perguntam se devem seguir os seus fundamentos para se juntar a ele, se a vida ainda terá sentido sem a morte. O libreto, do renomado Robert Pinsky, transforma estas perguntas em bela poesia. Ele vai estreiar em Chicago em abril.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJuBFO82_o5mhfTG8CY65ClL4amkqcDQR9pjFmCGaAeHo14mHSAeZpgKDX8_vSW-PkBPrR4EEAl_XHd4SwsSi9hVoXjkT7EO70sE99hdBdjhLxX6Ie1qYPEnGhkqzQ2C65rP8620-qx3KG/s1600/Postmortal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJuBFO82_o5mhfTG8CY65ClL4amkqcDQR9pjFmCGaAeHo14mHSAeZpgKDX8_vSW-PkBPrR4EEAl_XHd4SwsSi9hVoXjkT7EO70sE99hdBdjhLxX6Ie1qYPEnGhkqzQ2C65rP8620-qx3KG/s1600/Postmortal.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><em>"Eu não acho que o transumanismo está tentando ser uma religião: eu acho que ele está dando aos secularistas (como eu) uma oportunidade de falar publicamente sobre a morte, a vida após a morte (...). É deixar-nos explorar com segurança essas ideias de uma forma menos sombria do que a típica narrativa da “carne para os vermes” em que os secularistas estão geralmente limitados."</em></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /> </div>
<div style="text-align: justify;">
Essas experiências têm sido fascinantes. Mas eu não posso deixar de me perguntar, o que significa todo esse interesse repentino no transumanismo e a singularidade?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />A mídia está tão saturada com a alegação de que a singularidade vai chegar em 2045 que os céticos já se posicionam na defensiva. Vale notar em meio ao rancor um resultado recente do meu amigo e colega Konrad Kording, que mostrou que o número de neurônios que podemos gravar simultaneamente segue a Lei de Moore. Não muito tempo atrás, estávamos limitados a gravação da atividade de uma única célula cerebral de cada vez. Mais recentemente, fomos capazes de gravar várias centenas de uma só vez. Quando você examina a tendência de 56 estudos diferentes, Kording e seu aluno mostraram que o número está dobrando a cada sete anos. Embora este seja um intervalo maior do que a Lei de Moore (duplicações a cada dois anos), o que é realmente importante é que o crescimento é exponencial. Crescimento exponencial está no cerne dos argumentos para a proximidade da singularidade. Considerando o resultado de Kording, no entanto, quanto tempo você acha que precisaremos para conseguirmos gravar a atividade de todos neurônios no cérebro simultaneamente? Você pode se assustar: mesmo com esse crescimento exponencial incrível, levará 220 anos. Se o upload de nossa consciência implica-se, no mínimo, a gravação do padrão de atividade de todo o cérebro (o que não é menos plausível do que todos os argumentos por aí), então não vamos resolver isso até 2231.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />É claro que o tempo da singularidade não é o momento em que podemos fazer upload de consciência, mas quando criamos máquinas superinteligentes (que, segundo alguns, se dedicariam a descobrir como derrotar o envelhecimento e fazer upload de nossa consciência, ao invés de nos perseguir até os confins da galáxia). Se o ano 2045 é razoável, isso é muito discutível. Eu espero que esta data não demore mais de um século ou algo assim, mas como alguém que muitas vezes pensa em escalas de tempo evolutiva, eu ainda vejo isso como uma quantidade insignificante de tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Mas e se compararmos as evidências sobre quando a singularidade irá ocorrer com as evidência de destruição ambiental (como a de que agora estamos excedendo três de dez "fronteiras planetárias" para a existência humana sustentável), é muito claro que essas ameaças à nossa existência como espécie estão se aproximando muito mais rápido no horizonte do que qualquer a singularidade ou imortalidade por upload.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Então, o que está acontecendo? O ambientalismo está "extenuado" e o transumanismo "ligado"? O transumanismo é apenas um novo fascínio fugaz, assim como a colonização do espaço foi há algum tempo, também passará em breve? Ou há algo mais original está acontecendo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Enquanto eu refletia sobre essas questões, recentemente, ocorreu-me que talvez a tendência transhumanista tem algo a ver em fornecer às pessoas seculares, tais como cientistas, engenheiros e fãs de ficção científica, ferramentas para falarem de coisas que as pessoas religiosas já possuem há muito tempo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Considere isto: Scott Atran, entre outros, tem argumentado que o impulso para a religião tem uma base evolutiva, enraizada em nossos medos da morte e de predadores. Desde Darwin, se não antes, tornou-se cada vez mais difícil, porém, para pessoas de espírito científico colocar suas fichas na religião. Somado a isso, é difícil ter conversas em público sobre religião, até porque vivemos em uma sociedade multi-denominacional, onde a manifestação pública da crença pode ser vista como excludente. Simplesmente não é politicamente correto em muitos casos. E se o motivo da rápida disseminação da singularidade e do transumanismo consistir em dar às pessoas de pensamento secular uma saída para falarem de seus medos da morte e sonhos de imortalidade?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Muito tem sido escrito sobre as relações entre religião e transumanismo. Muitos têm visto paralelos entre transumanismo e religião. Mas eu não acho que o transumanismo está tentando ser uma religião: eu acho que ele está dando aos secularistas (como eu) uma oportunidade de falar publicamente sobre a morte, a vida após a morte e sobre os estranhos enigmas da identidade pessoal que um dia surgirão da transformação de nós mesmos em ciborges, cópias originais de nós mesmos ou seres totalmente digitais (o que eu tenho explorado aqui, aqui e aqui). É deixar-nos explorar com segurança essas idéias de uma forma menos sombria do que a típica narrativa da “carne para os vermes” em que os secularistas estão geralmente limitados. Ao fazer isso, talvez seja preenchido um vazio que a religião costumava preencher, mas já não consegue fazê-lo, para muitos de nós.<br />
<br />
<strong>Malcolm MacIver</strong> é um bioengenheiro na Northwestern University que estuda as bases neurais e biomecânicas da inteligência animal. Ele presta consultoria para filmes de ficção científica (“Tron Legacy”, “The Avengers” de Joss Whedon) e foi o conselheiro científico de Caprica. Ele estuda Inteligência Artificial e robótica não ficcional.<br />
</div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-44398435015741679102011-11-15T11:25:00.001-08:002011-11-15T13:43:17.276-08:00Um guia para a boa vida: a antiga arte da alegria estóica<div style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; text-align: justify;">
</div>
<span style="color: blue; font-size: small;"><b>Um guia para a boa vida: a
antiga arte da alegria estóica </b></span><br />
<br />
<div class="western" style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: small;">Resenha do livro "</span><span style="font-size: small;">A Guide to the Good Life: The
Ancient Art of Stoic Joy</span><span style="font-size: small;">" escrita por <a href="http://www.whattofix.com/">Daniel Markham</a>
publicada originalmente em inglês no site <a href="http://hn-books.com/Books/A-Guide-to-the-Good-Life-The-Ancient-Art-of-Stoic-Joy.htm">Hacker Books</a>.</span></i></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWnkHCwD1yiN_XEZ3-FJ8TUQOzqIpB0UVDQOKqt_fWISG9hOTZN4wRyKGgKqm9zf2xEm8jvVbfbqG7QRs4uJ_MvE9lfvoi8DideFbWoU7DAgmGQFTKFOsguohEXOVqNHJytaQbayJAv_3n/s1600/A+Guide+to+the+Good+Life.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWnkHCwD1yiN_XEZ3-FJ8TUQOzqIpB0UVDQOKqt_fWISG9hOTZN4wRyKGgKqm9zf2xEm8jvVbfbqG7QRs4uJ_MvE9lfvoi8DideFbWoU7DAgmGQFTKFOsguohEXOVqNHJytaQbayJAv_3n/s1600/A+Guide+to+the+Good+Life.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>"Várias vezes durante a leitura fiquei espantado com a visão que os estóicos tiveram. Muitas vezes eu disse a mim mesmo: 'Se eu tivesse lido isso quando eu era adolescente! Quão melhor minha vida teria sido. Quão melhor eu teria tratado tal e tal situação'. Estou feliz em dizer que amei a descrição do autor do estoicismo como o 'Zen Budismo para pessoas analíticas', que descreve o fato de que o estoicismo não é uma religião, apenas um conjunto de ferramentas para levar uma vida melhor. </i></td></tr>
</tbody></table>
<div class="western" style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"></span>
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Estudiosos medievais cristãos
foram confrontados com um dilema: suas crenças religiosas exigiam
que eles acreditassem que a alma é salva por um relacionamento com
Jesus, mas pelos antigos escritos greco-romanos recém descobertos
parecia óbvio que existiram grandes homens, honrados e virtuosos,
que viveram muitos séculos antes de Jesus ter nascido. Como poderiam
essas pessoas de alto calibre terem vivido assim apesar de
acreditarem em coisas tão diferentes?</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Em um interessante </span><span style="font-size: small;"><i>hack</i></span><span style="font-size: small;">
religioso, os teólogos decidiram que tais pessoas foram
"naturalmente salvas", isto é, observando e vivendo na
natureza de uma forma nobre e perspicaz, eles alcançaram o objetivo
principal da salvação (pelo menos naquilo com que os cristãos se
preocupavam).</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Esta é uma realização cultural
significativa - - ter uma filosofia de vida e visão de mundo
completamente diferente endossando uma maneira nova e estranha de
viver -- e isso nunca foi reproduzido da mesma maneira desde então.
Quando os escritores gregos e romanos foram descobertos (ou talvez
"relembrados"), eles mudaram completamente a face da
civilização ocidental. Tudo que você vê ao seu redor é moldado
por isso: a cidade moderna, nosso modo de vida cosmopolita, o valor
da virtude e do raciocínio.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ler sobre esses cristãos, me
deixou com um duplo problema: como pode o simples fato de estudar os
antigos causar um tal profundo impacto sobre as pessoas? E isso não
foi só com os cristãos medievais. Em todos os lugares em que eu li,
pessoas famosas que estudaram os gregos e romanos descobriram que
isso alterou profundamente suas vidas. O que foi que fez de George
Washington uma pessoa humilde, mesmo que fosse para todos os efeitos,
um novo rei? Quais são os valores que Benjamin Franklin e Thomas
Jefferson tinham que me faltam? Catão era um famoso exemplo disso.
Ele era conhecido como um "verdadeiro romano", um romano
que cultivou o espírito do império. Ao longo dos séculos muitas
pessoas aparecem com ideias sobre por que Roma caiu, mas muitos que
viveram naquela época sentiam que quanto mais os romanos se
afastavam dos valores de Catão, mais o império estava condenado.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Sou um hacker de corpo e mente.
Sempre considerei que mexer com a maneira como meu corpo e mente
funcionam é um esforço para tornar minha vida melhor: mais
produtivo, perspicaz, mais alegre, mais tranquilo. Para mim, hackear
sua mente e corpo tem um resultado muito mais benéfico do que
simplesmente hackear alguma tecnologia. A tecnologia muda, mas você
está preso ao seu corpo e sua mente. Em busca desse objetivo eu
absorvi um monte de coisas.. Mas de tudo quanto li, palestras e
vídeos a que assisti, obras técnicas que li, nunca fui capaz de
descobrir exatamente como o estudo da vida dos gregos e romanos
poderia ter um efeito transformador sobre a vida de alguém. Suas
idéias, com certeza, eram estupendamente incríveis, mas isso seria
capaz de produzir mudança na vida pessoal? Eu simplesmente não
entendia.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Até agora.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Eu também sou meio viciado em
livros e comentários na internet. Adoro ouvir as pessoas
recomendando livros uns aos outros. Então, quando li os comentários
de um um casal no HackerNews falando sobre o livro “A Guide to the
Good Life: The Ancient Art of Stoic Joy ("Um guia para a vida
boa: a antiga arte da alegria estóica"), sobre o impacto
tremendo que este livro estava trazendo em suas vidas, percebi
imediatamente que eu tinha que pegar esse livro e lê-lo. Isso até
eu contar a ideia com meus amigos.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">"Ah, com certeza", um
tirador de sarro, disse sarcasticamente, "nada soa tão ‘alegre’
quanto estoicismo, certo?"</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ai.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Outro foi mais claro.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">"Se os estóicos tiveram
ideias tão grandes, por que todos eles se acabaram?</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Ambas são boas questões e o
autor teria que endereçar a elas boas respostas se o livro valesse a
pena o dinheiro que paguei.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">O livro caiu em minhas mãos em
uma quarta-feira e consumi um par de dias nele. Uma das primeiras
coisas que aprendi foi que a palavra "estóico" mudou de
significado ao longo dos séculos: o que nós pensamos como
estoicismo tem pouco a ver com o que os romanos pensavam desta
palavra. Nós pensamos no estoicismo como algo brando, chato, sem
resposta. Os romanos tinham várias escolas de filosofia e o
estoicismo era apenas mais uma maneira de conduzir a própria vida.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Hoje, se você perguntar a um
filósofo como levar uma vida boa, é provável que você entre em
uma discussão longa e chata sobre linguística e o significado da
linguagem. Naquela época, os romanos compreenderam que a filosofia
estava envolvida com as grandes questões. Se você me perguntasse,
eu diria que em algum momento do passado os filósofos perderam o
objetivo de seus empregos.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Várias vezes durante a leitura
fiquei espantado com a visão que os estóicos tiveram. Muitas vezes
eu disse a mim mesmo: "Se eu tivesse lido isso quando eu era
adolescente! Quão melhor minha vida teria sido. Quão melhor eu
teria tratado tal e tal situação". Irvine [o autor] conseguiu
não só responder minhas indagações originais, como também
forneceu um vislumbre de qual era a grande questão.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Eu não vou entrar em muitos
detalhes -- eu não sou um especialista e não quero turvar o pouco
das águas que absorvi. Estou feliz em dizer que amei a descrição
do autor do estoicismo como o "Zen Budismo para pessoas
analíticas", que descreve o fato de que o estoicismo não é
uma religião, apenas um conjunto de ferramentas para levar uma vida
melhor. Ele também descreve a finalidade do estoicismo: ter uma vida
alegre, feliz, cheia de diversão através da aprendizagem da arte de
viver.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Sou um crente convicto de que há
vários assuntos que são críticos para o funcionamento de uma
sociedade moderna que não são ensinados às crianças: economia,
cálculo, estatística, escrita criativa, vida empresarial,
negociação e agora eu adiciono a essa lista o estoicismo.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Será que o livro vai ter esse
enorme impacto na minha vida? Eu não sei. Tenho minhas dúvidas. Aos
45 anos, provavelmente é muito difícil mudar de rumo. Ao longo dos
anos eu li um monte de livros para me levantar e tenho sido animado
com o meu quinhão deles. Como parte dessa experiência, eu me tornei
uma pessoa muito cínica e estou sempre à procura de modismos. Acho
que para uma mudança tão grandiosa tão tarde na vida seria
necessário um instrutor e um monte de tempo. Mas, quem sabe? Estou
aguardando ansiosamente para integrar as práticas estóicas que
estou aprendendo ao meu estilo de vida. Como muitas coisas, os
conceitos parecem bastante fáceis, só que colocá-los em prática
pode ser realmente muito difícil. Refaça essa pergunta para mim
daqui a dez anos. Talvez eu tenha uma resposta melhor.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Mas a melhor, a mais
impressionante parte deste livro, sem sombra de dúvida, consistiu em
ler a excitante e clara descrição que William Irvine constrói para
nos fornecer um vislumbre do que seria um romano “verdadeiro”.
Ele realmente acha que Catão realmente entendia o que significava
ser um estóico. Eu ganhei um enorme </span><span style="font-size: small;"><i>insight
</i></span><span style="font-size: small;">sobre a forma
como essas pessoas viviam -- e não apenas suas idéias -- e como o
que eles aprenderam pode ser de impacto imediato para mim hoje,
agora. Quero aprender mais.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Durante a década passada, estive
trabalhando duro em minha pilha de crenças. Existencialismo,
agnosticismo fundamentalista e agora o estoicismo. Acho que o
estoicismo se encaixa muito bem aos outros dois, dando-lhes
vivacidade que, sozinhos, não possuem.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Grande
história, grandes ideias, grandes </span><span style="font-size: small;"><i>insights</i></span><span style="font-size: small;">
sobre a melhor forma de viver e uma agradável leitura Como não
gostar disso?</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Livro</b>: </span><i><span style="font-size: small;">A Guide to the Good Life: The
Ancient Art of Stoic Joy</span></i></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Autor</b>: William B. Irvine <br /><b>Ano</b>: 2008</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Preço</b>: R$48,00</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b>Onde comprar</b>: <a href="http://www.amazon.com/Guide-Good-Life-Ancient-Stoic/dp/0195374614">Amazon</a>, <a href="http://www.livrariacultura.com.br/scripts/busca/busca.asp?palavra=A+Guide+to+the+Good+Life%3A+The+Ancient+Art+of+Stoic&tipo_pesq=&tipo_pesq_new_value=false&tkn=0">Livraria Cultura</a> etc.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: Times,"Times New Roman",serif; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7914147645059379911.post-73100478459965995472011-11-15T10:23:00.001-08:002011-11-15T13:54:36.804-08:00Uma crença fatal<div style="color: black; font-family: inherit; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"> A maioria das pessoas costuma lidar com a morte
com crenças religiosas ("há existência após a morte, que é
só uma passagem" ou "há uma energia espiritual que
persiste após a morte física" etc.). Embora seja menos
criticado, por ser uma racionalização mais inteligente, alguns
ateus mais ligados às ciências naturais (como biólogos e físicos)
também procuram adocicar a morte com ideias que para mim soam
implausíveis, algo como "sobrevivemos parcialmente por meio de
nossos filhos, que herdam 50% de nossos genes" ou "somos
poeiras das estrelas, não morremos, a matéria apenas sofre uma
transformação".</span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Ora, quem tem um irmão gêmeo ou conhece-os,
sabe que um não é o outro, embora compartilhem 100% os genes e
muito da história de vida, quanto menos um filho. E quanto à ideia
de que a matéria de que somos feitos sobrevive, considere: se o Museu do Louvre pegasse fogo e só restassem cinzas de seu prédio e suas
peças de arte, ainda assim não haveria motivos para ficarmos
tristes? Afinal, as peças de arte eram feitas daquelas cinzas...
Convenhamos, este raciocínio não serve para justificar nem a perda
da Monalisa, quanto mais de uma pessoa de carne e osso como foi Leonardo
da Vinci ou você é. </span><span style="font-family: inherit;">
</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Alguns
ateus mais ligados às ciências humanas (mais intelectuais e menos
cientistas) não costumam se satisfazer com estas explicações
naturais e, por sinal, parecem não se satisfazerem com qualquer
outra coisa. Mas, com o perdão do estereótipo e de todas as numerosas exceções, esse tipo costuma lançar mão de uma mistura encantada de
pessimismo, boemia, sexo casual e tragédia pessoal para tocar à
frente a “absurda existência humana”.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Qual
é o problema que vejo nestas visões? Todas elas levam as pessoas à<b> inércia </b>em relação ao problema da morte, seja considerando que a morte é
só uma passagem para um paraíso imaginário, que a morte não
existe ou que ela existe e, por conta disso, a existência humana é
irremediavelmente absurda e é melhor largar o assunto pra lá.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Daí surge minha simpatia pelas ideias dos engenheiros e cientistas
radicalmente otimistas e ousados, no estilo dos <a href="http://www.ted.com/">TEDsters</a> ou
<a href="http://www.transhumanism.org/index.php/WTA/more/208/">transhumanistas</a>. Essas pessoas, ao mesmo tempo em que são honestas o
bastante para reconhecerem o problema, propõem uma solução
positiva: não vamos brincar de esconde-esconde; vamos começar a pôr
a mão na massa e, quem sabe assim, pelo menos nossos netos terão
sorte o bastante para levar uma existência menos sombria e, quem não se
der bem a tempo, fica criopreservado, que parece ser bem mais prudente que cremado.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Fora
essas poucas pessoas de imaginação ousada, o restante das pessoas
prefere simplesmente aceitar docilmente a morte a pensar claramente
sobre o assunto, o que para mim é um paradoxo: na busca do conforto
psicológico diante do medo da morte, as pessoas preferem se deixarem
morrer, sem nem ao menos considerar a possibilidade de algumas soluções
técnicas que começam a ser vislumbradas atualmente (como a criônica
e o início das pesquisas anti-envelhecimento). Eu vejo isso como uma
piada ou pegadinha existencial: a melhor forma que a maioria dos
seres humanos encontra para lidar com a morte, atualmente aumenta
suas chances de morrerem, da mesma forma como a gordura adiposa, que foi evolutivamente útil em eras passadas, atualmente mata as pessoas obesas. Como, disparadamente, o recurso mais
utilizado é algum tipo de crença na existência após a morte (espiritismo, esoterismo, misticismo, espititualismo etc. -- já que ninguém quer mais usar a palavra "religião"), acho
que não é de todo absurdo dizer que <b>a crença na existência após
a morte é uma ideia que, de certa forma, mata. Uma crença mortal</b>.
“Pesquisas anti-envelhecimento? Criônica? Isso é uma bobagem, meu
lugar é no céu, junto de Deus e suas hordas celestiais.” </span>
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Mas
acho que essa é uma piada lúgubre, de profundo mal gosto. Muitas
pessoas maravilhosamente boas se voltam para as religiões com as
melhores das intenções e com sinceridade. Como insetos que são torrados nas lâmpadas dos postes, as pessoas procuram a crença no sobrenatural atrás de vida, certezas sobre como viver a
vida e segurança para uma existência espiritual após a morte. Mas tudo o
que recebem por isso é a morte embrulhada no papel da ignorância. Isso me
faz lembrar um versículo bíblico, em que Jesus teria indagado: "E qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião?". </span><br />
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/uC3LstrzETQ?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;">Pequeno documentário sobre o estoicismo</span>
</div>
<span style="font-size: small;"><br /></span>
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">Acho que essa visão explica um
pouco a motivação de se criar um blog para divulgar essas ideias a
quem possa interessar. Mas a dúvida que queria expor, é a seguinte: a consequência
de não se acreditar em Deus ou na vida após a morte e nem se utilizar racionalizações para lidar com a morte é uma
vida infeliz, dominada pelo pessimismo e pela ansiedade? E minha
resposta é um contundente NÃO. Você não precisa se valer de
crendices como a existência após a morte, nem precisa dar nó em
pingo d'água para se convencer de que não existe problema algum com
a morte. Podemos levar uma vida feliz apesar de tudo isso porque
podemos, em larga medida, assumir o controle sobre o que sentimos. Podemos, aliás,
escolher ficar felizes pelo conhecimento destes fatos, por
vivermos nesta época e termos melhores chances de lidarmos com esses
problemas do que qualquer outra geração
anterior. Pense em alguém que tivesse essas mesmas ideias, só que
em 1911. Esta pessoa, "exilada" no início do século XX,
ainda estaria a 100 anos da ciência atual. Só isso já é para mim
motivo de sobra para felicidade legítima. </span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> </span>
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Acho
importante buscarmos a felicidade e cultivarmos o otimismo em nossas
vidas. Só que acho importante fazer isso sem alimentar a inação, a
passividade, já que o mais importante é que cada um se engaje de
alguma forma, dê sua contribuição para as causas que o comovem.
Agora, se, finalmente, mesmo depois de tudo isso, chegar o momento do
"apagar das luzes", podemos enfrentar esse momento com
coragem e serenidade, sabendo que fizemos a nossa parte, fizemos o
melhor possível, agimos conforme o que nos ditava a razão.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">Essa linha de raciocínio utiliza
algumas ferramentas de uma "filosofia" ou "arte de
viver" muito antiga, chamada estoicismo. O estoicismo já foi
considerado um precursor da <a href="http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=terapia%20cognitiva%20comportamental&source=web&cd=1&ved=0CCkQFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FTerapia_cognitivo-comportamental&ei=FbbCTsXAPMXFgAeou9HQDg&usg=AFQjCNEEnDDWM7SHl9AMofQCJmivBhMvrQ&sig2=Jt8ldDEKy7UdzAewEcbrpA&cad=rja">terapia cognitivo-comportamental</a>, e
despertou a atenção de estudiosos como Albert Elias e Aaron Beck.
Já foi chamado de o "zen budismo para mentes analíticas", por enaltecer o papel da razão e do pensamento lógico (a lógica de predicados era parte dos ensinamentos estoicos).
Foi por séculos uma filosofia muito popular entre os antigos romanos
e enfatizava que, para levar um vida feliz, você deve exercer o
controle sobre o que está sob seu controle e cultivar a indiferença
em relação ao que não está sob seu controle. Os estoicos
defendiam uma vida simples e austera e sustentavam que a felicidade é
encontra pela remoção dos desejos, não pela sua satisfação. Na
minha leitura pessoal, o ponto central do estoicismo soa algo assim: "matenha-se
firme fazendo o que você pensa que deve ser feito e descanse sua
mente quanto ao resto". Uma espécie de arte do controle pessoal pelo controle racional dos pensamentos. Ao invés de uma sopa bagunçada de neurotransmissores, é você no comando.</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 115%; margin-bottom: 0cm; page-break-after: auto; page-break-before: auto; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">Utilizar o estoicismo hoje
certamente não é uma questão de “plug and play”. Afinal,
depois de mais de dois mil anos, a humanidade aprendeu algumas coisas. Por exemplo, a visão de virtude dos estoicos soa ultrapassada
em muitos pontos (submissão da mulher ou preferências sexuais, por
exemplo). Estudiosos da psicoterapia moderna, como <a href="http://www.ted.com/talks/lang/por_br/martin_seligman_on_the_state_of_psychology.html">Martin Seligman</a>,
demonstraram a importância do otimismo para levar uma vida saudável
(será que o otimismo seria um caminho para a indiferença estoica?). Aliás, se fosse se sente muito pessimista ou deprimido, recomendo bastante o livro "Aprenda a ser otimista" de Seligman (não é um livro de blá-blá-blá autoajuda, é um livro de divulgação científica da psicoterapia, com fundamento acadêmico ou, se preferir, é um livro de autoajuda com fundamento acadêmico).</span></div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 115%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span>
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 115%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">Há também uma metafísica no
estoicismo que soa para mim meio suspeita e acho que sem esta metafísica ficaria difícil sustentar com o mesmo rigor a indiferença estoica em relação à morte (os estoicos não viam problema algum na morte e alguns até se matavam). Embora não dispensassem muita importância para os rituais envolvendo os deuses romanos, era
comum aos estoicos recorrerem a uma ideia panteísta de Deus, também
chamado Natureza, Providência, Razão (uma visão de um deus
impessoal que parece guardar semelhança com o panteísmo de Espinoza
e Einstein). Mas parece que também havia espaço para um pensamento
mais cético ou ao menos faziam-se questionamentos nesse sentido. Esta
metafísica também abrangia a crença em algum tipo de persistência
do espírito, embora este fosse considerado de natureza material.
Estas ideias podem ser aproximadas de algumas ideias transhumanistas:
<a href="http://www.guardian.co.uk/commentisfree/belief/2011/nov/02/ai-gods-singularity-artificial-intelligence?newsfeed=true">muitos acham</a> possível que no futuro existirão superinteligências
semelhantes a deuses, uma visão que não é restrita aos
transhumanistas. Em recente entrevista ao NYT, Richard Dawkins
comentou sobre “a possibilidade de que poderíamos co-evoluir com
computadores, um destino de silício”, mencionando os comoventes
escritos do físico Freeman Dyson sobre um futuro em que “os seres
humanos evoluíram para algo como raios de energia inteligente e
moral superpoderosa”. Adentrando ligeiramente no terreno da ficção
científica, talvez uma assembleia destas superinteligências resolva
ser chamada de “Providência” ou “Faculdade Mestra”. Também é comum entre os
transhumanistas a crença (justificada, no meu entender) de que a
criônica pode importar em algum tipo de persistência após a morte, com a
preservação do que pode consistir o aspecto mais fundamental do que
vem a ser uma pessoa: o seu <a href="http://www.ted.com/talks/lang/por_br/sebastian_seung.html">conexoma</a>. Assim, mesmo a metafísica
estoica não está tão absurdamente distante do que a imaginação
humana atual concebe.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/UVgVrSPhVsc?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
Indiferença grata: <span class="st"><em>Professor Anton fala sobre estoicismo</em></span></div>
<br />
<span style="font-size: small;"> </span>
</div>
<div class="western" style="color: black; font-family: inherit; line-height: 115%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-size: small;">Enfim, o estoicismo pode fornecer
algumas ferramentas antigas que podem ser combinadas e alteradas com outras mais
modernas. Dito isto, não quero dar a entender que sei muita coisa
sobre o assunto. Apenas li alguns textos na internet (em português,
há um texto muito bom na introdução às Meditações de Marco
Aurélio), li alguns vídeos no youtube (listados abaixo, em inglês)
e encomendei um livro cuja resenha compartilho na próxima postagem.
É uma resenha muito boa e acho que tem tudo a ver com o espírito do
blog.</span></div>Cassinihttp://www.blogger.com/profile/18054264236728143664noreply@blogger.com2