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Richard Dawkins: o professor da glamurosa Oxford que resolveu dar a cara a tapa criticando a religião. No entanto, para ele, seres semelhantes a deuses são possíveis -- pela evolução tecnológica. |
O rei dos céticos, o príncipe dos ateus. Um dos maiores biólogos evolucionários da história. Um dos poucos cientistas popstar, que saiu do conforto de Oxford para dar a cara a tapa criticando a religião. Para os crentes, o cavaleiro-mor do Apocalipse (os outros três cavaleiros do apocalipse são: Sam Harris, Daniel Dennett e Cristopher Hitchens). Em uma entrevista ao New York Times desta semana, Richard Dawkins indiretamente (a entrevista não era sobre isso) endossa a hipótese dos transhumanistas e singularitarianos: a de que a humanidade pode evoluir para algo semelhante a deuses (no entanto, acho que entre Dawkins e os singularitarianos pode haver uma divergência grande quanto ao timing desta evolução).
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O cientista militante: "Provavelmente não existe nenhum deus. Agora pare de se preocupar e aproveite sua vida." |
Essa declaração do Dawkins é boa porque serve para reforçar a demarcação (para alguns, nem sempre nítida) entre, de um lado, pensamentos de tendência transhumanista, e, de outro lado, o pensamento religioso. Transhumanistas se valem da explicação científica.
Abaixo, minha tradução do trecho da entrevista que trata do assunto. Entrevista original e completa (em inglês) aqui.
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Após duas horas de conversa, o professor Dawkins anda longe. Ele fala da possibilidade de que poderíamos co-evoluir com computadores, um destino de silício. E ele está intrigado com o lúdico, mesmo comoventes escritos de Freeman Dyson, o físico teórico.
Em um ensaio, Professor Dyson se lança a milhões de anos especulativos para o futuro. Nossa galáxia está morrendo e os seres humanos evoluíram para algo como raios de energia inteligente e moral superpoderosa.
Isso não parece terrivel descrição de Deus?
"Certamente", o professor Dawkins responde. "É muito plausível que no universo existam criaturas semelhantes a deuses."
Ele levanta a mão, apenas no caso de um leitor pensar que ele está indo em direção a uma curva religiosa. "É muito importante entender que esses deuses foram feitos por um explicável progresso científico de evolução incremental."
Poderiam ser imortais? O professor dá os ombros.
"Provavelmente não." Ele sorri e acrescenta: "Mas eu não quero ser demasiado dogmático sobre isso."
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Dr. Michio Kaku: nos tornaremos os deuses que uma vez tememos
P.S. -- O título da postagem é ligeiramente desonesto, mas me explico. Dawkins não falou diretamente do transhumanismo ou do movimento da singularidade (movimentos diversificados e, sem dúvida, com alguns setores suscetíveis à crítica), mas se referiu aos tema comuns das superinteligências, hibridização do homem e da máquina e possibilidade da imortalidade. A razão deste título (e de vários outros pouco imaginativos deste blog) é simplesmente para facilitar que o post seja encontrado na busca pelo Google.