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Heterocephalus glaber: o Matusalém dos roedores. Um rato normal vive 02 anos. Este sortudo, chega aos 30 com poucos sinais de envelhecimento e grande resistência ao câncer. |
13/10/2011 - 09h03
DNA de 'rato pelado' traz pistas para estudos antivelhice
REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE
EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE
Isso porque essa criatura sui generis, cujo DNA decifrado está sendo apresentado na edição de hoje da revista científica "Nature", é o Matusalém dos roedores.
SEGREDO NAS PONTAS
Enquanto ratos mais vagabundos, como os que povoam esgotos e biotérios de universidades, têm expectativa de vida de uns dois anos, o H. glaber, nativo da savana da África Oriental, pode até chegar à casa dos 30.
À PROVA DE CÂNCER
O bicho aparentemente consegue isso sendo extremamente refratário a tumores, por exemplo. Em laboratório, os pesquisadores têm até dificuldade de induzir a formação de cânceres na espécie.
Também é quase imperceptível o processo de envelhecimento das criaturas. A mortalidade não aumenta com a idade (menos quando se chega perto da longevidade natural do bicho, claro), e a fecundidade também é alta durante a vida toda.
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Essa lista de características únicas pode ser vista por um novo prisma graças ao genoma recém-soletrado, trabalho que foi coordenado por Vadim Gladyshev, da Escola Médica de Harvard (EUA).
Para começar, os pesquisadores verificaram que, entre os genes do bicho que os diferenciam dos demais mamíferos, estão os que coordenam a estrutura dos telômeros --as pontinhas dos cromossomos, os quais abrigam o material genético. Os telômeros estão justamente ligados à divisão e ao envelhecimento das células.
A tendência é que, conforme as células se dividem e envelhecem, os telômeros encurtem --e isso leva a uma série de problemas bioquímicos. Os bichos, pelo jeito, acharam um modo de contornar esse fenômeno comum.
Os dados de DNA também indicam que a criatura é mais eficiente na hora de fazer uma faxina nas proteínas do organismo que sofreram danos. E também mantém em funcionamento pleno as mitocôndrias, usinas de energia das células, durante todo o seu período de vida.
Finalmente, os pesquisadores liderados por Gladyshev também acharam genes que ajudam o bicho a sobreviver em condições de baixo teor de oxigênio. Agora, o desafio é aplicar os dados em estudos sobre doenças que afetam seres humanos.
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Veja a matéria completa aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/989911-dna-de-rato-pelado-traz-pistas-para-estudos-antivelhice.shtml